Escrito por: Luiz Carvalho

CECUTs do AC, AM e MT indicam que sem sindicatos não há desenvolvimento justo

Primeiros Congressos Estaduais da CUT tiveram como pauta principal a construção de políticas ambientais com inclusão de trabalhadores e trabalhadoras na discussão

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Nova direção da CUT-Acre durante Congresso Estadual da Central


A primeira semana de Congressos das Estaduais da CUT (CECUTs) contou com atividades nas CUTs do Acre (20 e 21), Mato Grosso (21 a 23) e Amazonas (22 e 23). Os encontros organizados para atualizar as estratégias de luta, definir as novas direções e os delegados e delegadas que representarão os estados no 14º Congresso Nacional da Central (CONCUT), acontece entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo, tiveram como tema comum a defesa de um modelo de desenvolvimento sustentável definido a partir do diálogo com a classe trabalhadora nas regiões.

No CECUT do Acre, estado que possui quase metade do território em áreas protegidas, o presidente reeleito, Edmar Batistela, apontou que o congresso, dentre outras pautas, indicou a necessidade de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para que sejam ouvidos na construção de políticas nacionais de crescimento.

A atividade contou com a participação de 15 sindicatos filiados e teve como tema “Luta, direitos e democracia que transformam vidas”. A vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, representou a entidade no congresso que fortaleceu as lutas sindicais e discutiu temas como a campanha contra a alta taxa de juros do Banco Central e as reformas tributária e sindical.

Para Edmar, o desenvolvimento regional e o trabalho decente não podem ser considerados temas de menor relevância no processo de reconstrução do Brasil para que a retomada do crescimento social e econômico do país sigam o mesmo ritmo destrutivo adotado pelo governo do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL).

“Qualquer proposta para construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com respeito ao meio ambiente e aos povos originários, tem de passar pelos estados e pelos trabalhadores e trabalhadoras. As centrais precisam estar inseridas nesse debate”, afirmou.

A discussões sobre o crescimento com respeito ao meio ambiente com distribuição de renda e combate à pobreza também nortearam o CECUT do Amazonas, onde o presidente Valdemir de Souza Santana foi outro dirigente reeleito.

No MT, nova direção da CUT também discutiu
desenvolvimento sustentável (Foto: Francisco Alves)


Secretário de Administração e Finanças da CUT-AM, Luiz Jorge Garcia de Sena, que seguirá na pasta, destacou que além da preocupação com o desemprego, o congresso definiu a necessidade de criar uma secretaria nacional da CUT para cuidar das questões ligadas à preservação da floreta amazônica.

“Uma das propostas que levaremos ao 14º CONCUT será a criação da secretaria da Amazônia, porque todos falam sobre essa questão, sobre financiamentos para projetos na nossa região, mas nunca a classe trabalhadora é ouvida para saber o que pensamos a respeito disso”, falou.

No Mato Grosso, o CECUT-MT realizado em Cuiabá terminou com a reeleição do professor Henrique Lopes para dirigir a Central por mais quatro anos.

Após três dias de debate, cerca de 120 delegados e delegados aprovaram o Plano de Lutas estadual e o texto base da 14° CONCUT, com emendas. Henrique Lopes destacou a importância da transformação do modelo econômico de Mato Grosso, historicamente baseado na exploração primária, agroexportadora, para um sistema que a relação mais próxima e justa com a terra e com os biomas, e reduza a influência do latifúndio.

Segundo o presidente, o grande desafio da CUT-MT será fortalecer a base sindical e recuperar sindicatos que foram afetados financeiramente pela pandemia, mas que já demonstraram disposição em retornar à central sindical.

“A eleição do presidente Lula e o retorno mínimo da normalidade democrática no Brasil, nos possibilitam a tentativa de reversão de parte das perdas que os trabalhadores tiveram com o golpe de 2016, que impôs um regime fiscal de congelamento de investimentos na educação, saúde, apontou para uma reforma trabalhista, que precarizou ainda mais as condições de trabalho, implantou um ensino prejudicial para os filhos da classe trabalhadora e apontou para um processo de terceirização desenfreada, sem limites”, disse.