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CEITEC, a estatal de chips do Brasil, demite mais 21 trabalhadores

O ex-presidente Lula investiu na fábrica de chips que Bolsonaro mandou fechar no momento em que o mundo inteiro investe no segmento

Publicado: 27 Julho, 2021 - 14h13 | Última modificação: 27 Julho, 2021 - 14h41

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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No momento em que mais fábricas brasileiras dão férias coletivas por falta de chips semicondutores, e em que países como China e Estados Unidos investem cada vez mais no setor, a direção da Ceitec, única fabrica dos produtos na América Latina, demite mais 21 trabalhadores e segue rumo a extinção, determinada pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).

O fechamento da Ceitec, criada durante o governo do ex-presidente Lula, que investiu muito na estatal com o objetivo de tornar o Brasil um país autossustentável no segmento de semicondutores, abre caminho que para empresas multinacionais abram filiais no país. O lucro, claro, vai para os países de origem dessas empresas.

Há menos de duas semanas a direção da Ceitec já havia demitido outros 18 trabalhadores e até a liquidação, o cronograma do governo prevê ficar com apenas 48 dos 168 profissionais. 

Na nova rodada de demissões, foram dispensados doutores e profissionais de alto reconhecimento, segundo a Convergência Digital. As exonerações foram consideradas legais pelo Tribunal Superior do Trabalho (STF) e a liquidação está prevista para dezembro.

Parte desses especialistas de alto desempenho vai migrar para a multinacional inglesa EnSilica, que atua no segmento de semicondutores, que abriu uma filial em Porto Alegre (RS), segundo a Convergência Digital. Ainda de acordo com o site, a ação foi montada com base em um time de funcionários experientes, liderado por Julio Leão – ex-funcionário da estatal. Parte vai para outra multinacional, americana, que também vai se instalar em Porto Alegre. E 48 devem ser absorvidos pela organização social selecionada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. 

Instalada em Porto Alegre (RS), a Ceitec é responsável pelo desenvolvimento de tecnologia e pela fabricação de chips, pequenas peças utilizadas em larga escala no mundo todo para produção desde  celulares até aviões.

Por causa da pandemia, que paralisou atividades industriais em todo o planeta, em todos os lugares estão faltando chips. Enquanto o mundo investe em seus parques industriais, o Brasil fecha sua única fábrica.