Escrito por: Érica Aragão
Educadores, dirigentes sindicais, trabalhadores e militantes da rede CUT vão apresentar o Plano Nacional de Formação da Central, que foi discutido e construído por 4 meses com toda base da entidade em todo país
Na próxima quinta-feira (20), a CUT fará a celebração de encerramento do 20º Encontro Nacional de Formação da entidade (ENAFOR), que começou no dia 23 de abril deste ano. O encontro, que ia ser presencialmente e duraria três dias, teve de mudar de formato devido a pandemia do novo coronavírus e será virtual, assim como todo o processo de construçao do encontro.
Depois de quatro meses ouvindo trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade em todo país, educadores, dirigentes de sindicatos, das CUTs nos Estados e dos ramos, trabalhadores e militantes da rede CUTista vão apresentar a Política Nacional de Formação da entidade num encontro pelo Zoom, a partir das 14 horas desta quinta.
A secretaria Nacional de Formação pediu para que todos os participantes do encerramento venham vestidos com uma camiseta de luta, que tragam seus cartazes com frases e palavras que funcionem como “sementes” do desejo de esperança e muita animação. Está programado também muita música e poesia. O presidente da CUT, Sérgio Nobre, também estará presente.
O Plano Nacional de Formação foi produzido com base nos eixos da resolução do 13º Congresso Nacional da CUT (CONCUT) e nas diretrizes da Política Nacional de Formação, que foram atualizadas pela 4ª Conferência Nacional de Formação. [mais informações abaixo]
Segundo a secretária Nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, o Plano Nacional é resultado de um grande processo de debate de construção baseado na política da Central e atende diversos públicos estrategicamente.
“A rede Nacional de Formação construiu um plano que atende diversos públicos e para atender esta demanda chegamos à conclusão que precisamos ter um processo de formação em massa, de base, de quadro e também um processo que dialoga com temas específicos e que são muito importantes para classe trabalhadora, como os temas das mulheres e do combate ao racismo que estão em todas as estratégias”, afirmou Rosane.
Outro campo bastante importante é o debate da qualificação profissional e de como inserir as novas categorias que estão surgindo e como a formação poder dialogar com todas elas, diz a dirigente.
Ela faz questão de falar sobre a importância de toda a rede nacional de formação na construção e debates para o plano, mas também ressalta a importância de tirar todo este processo do papel com a aprovação do Plano Nacional de Formação pela direção Nacional CUTista na reunião do coletivo que acontecerá nos dias 27 e 28.
“O próximo passo é fazer esse plano sair do papel e se tornar ação concreta e para isso precisa ser aprovado pela direção, que vai coincidir com a data do aniversário de 37 anos da central, que será dia 28. É preciso que este plano não seja só um instrumento da rede, mas sim de toda a CUT porque a formação é um dos pilares da organização da luta da nossa central”, finalizou Rosane.
Participarão da celebração do encerramento os secretários e secretárias Estaduais de Formação, dos Ramos, coordenadores e educadores das Escolas Sindicais da CUT e da Escola de Turismo e Hotelaria. Educadores Militantes da Rede Nacional de Formação e Coletivos de formação dos Estados e Ramos. A Executiva Nacional de Formação, parceiros, assessorias da Central e sindicatos também foram convidados.
Como foi o processo de construção da Política Nacional de Formação
Durante processo de construção do 20º ENAFOR foram realizados três encontros nacionais virtuais para debater o plano. O primeiro aconteceu no dia 23 de abril com o tema “A classe trabalhadora em defesa da Vida”, com o ex-ministro Paulo Vannuchi e foi construído uma agenda de outros encontros estaduais e regionais para a discussão e construção do texto do documento.
No dia 28 de maio, aconteceu um Seminário Nacional com o tema: “Organização e Representação Sindical de Base” com a presença de representantes do Dieese e da Fundação Perseu Abramo. A Secretária Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara também participou do debate.
As Escolas Sindicais reproduziram esse debate em suas respectivas bases por meio de Seminários Regionais com objetivo de aprofundar o tema de modo a criar os vínculos e as conexões com as realidades locais apontando elementos a serem considerados pelo Plano Nacional de Formação.
Depois, todo esse processo foi sistematizado e apresentado em um novo Seminário Nacional de Devolutiva das Escolas Sindicais que aconteceu no dia 16 de junho e teve a participação das secretárias Nacional de Organização e Formação da CUT, Graça Costa e Rosane Bertotti, respectivamente.
Eixos do 13º CONCUT:
A Plano Nacional de Formação foi construído baseado nos 3 eixos da resolução do 13º CONCUT, que são:
Eixo I - Derrotar a coalizão de forças golpistas, defender os direitos, a democracia e a soberania nacional;
Eixo II - Intensificar a luta pelo desenvolvimento sustentável com soberania popular, igualdade e valorização do trabalho;
Eixo III - Ampliar a representação e fortalecer a organização, com atualização do projeto organizativo da CUT.
Sobre a atualização diretrizes da Política Nacional de Formação da CUT
O Plano Nacional de Formação também foi construído com base no debate que aconteceu entre os dias 27 e 31 de maio, na cidade de Belo Horizonte/MG. Foi na 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT que a Central atualizou as diretrizes da Política Nacional de Formação, o que não acontecia há 13 anos.
Foi uma enorme mobilização nacional que contou com etapas locais, estaduais, regionais e nacional e os grandes eixos norteadores desse debate, foram:
- Futuro do trabalho
- Defesa dos direitos, democracia e socialismo
- Projeto político-organizativo da CUT
*matéria editada por Marize Muniz