Escrito por: André Accarini e Isaías Dalle
“Isso é decisão de burocratas que não entendem nada de produção”, diz Sérgio Nobre, da CUT
A insistência do governo federal em elevar a taxa básica de juros, a chamada Selic, foi duramente criticada no final da manhã desta terça-feira, em ato promovido pelas centrais sindicais diante da sede do Banco Central, na capital paulista.
O protesto é mais um de uma série que reivindica mudanças na política econômica do segundo mandato Dilma. Essa será a tônica do calendário da CUT neste segundo semestre.
“Essa alta dos juros é coisa de um grupo de burocratas que não entende nada de produção”, criticou o secretário-geral da CUT Sérgio Nobre, que participou da manifestação, em referência à composição do Copom (Comitê de Política Monetária), a quem cabe decidir sobre a taxa de juros. O Copom é formado por economistas e técnicos ligados ao mercado financeiro. Nova subida é prevista para esta noite, quando o Copom encerra mais uma reunião.
“É antiga nossa reivindicação de que os trabalhadores também façam parte do Copom”, lembrou Nobre.
“Esse é um dos atos, mas daremos continuidade a essa luta. A agenda econômica não pode apontar para a recessão. E já vemos sinais disso, o movimento está caindo, no comércio, na indústria, nos restaurantes”, completou.