Escrito por: Redação Rede Brasil Atual

Centrais aguardam momento para relatório sobre terceirização

Senador Paulo Paim deve conversar com Renan na semana que vem, texto está pronto

Fetamce
Terceirização sem limites pode ser votada a qualquer momento


O relatório do senador Paulo Paim (PT-RS) ao Projeto de Lei da Câmara (30), sobre terceirização, ainda não tem data para ser apresentado. A leitura estava prevista para ontem (30), quando Paim se reuniu com representantes das centrais sindicais, que deram aval ao substitutivo. "Estamos terminando o relatório, faltam apenas alguns detalhes. Poderemos apresentar o texto ao presidente do Senado já na próxima semana. Mas isso vai depender da avaliação do movimento”, afirmou o senador, em seu site.

A definição deve sair depois de conversa entre Paim e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Não se descarta que o relatório seja lido apenas em 2017.

Segundo a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, o texto tem apoio das centrais. "É o relatório que tem representatividade, foi construído com debate, na base", afirmou, lembrando que Paim promoveu audiências em todas as unidades da federação. "O conteúdo é o que representa os nossos anseios."

Entre outros itens, o substitutivo veda terceirização em atividades-fim e estabelece responsabilidade do contratante em relação a direitos de trabalhadores terceirizados. Na avaliação de Graça, o projeto, da forma como está sendo elaborado, proporcionará segurança e evitará ataques a direitos do trabalhador. Defensor da regulamentação, mas não da generalização, Paim afirma que aprovar a prática em atividade-fim "será um dos maiores retrocessos sociais do país".

Os sindicalistas seguem preocupados com julgamentos referentes ao tema no Supremo Tribunal Federal (STF) e com outro projeto, o PL 4.302, na Câmara. O texto é de 1998, mas foi retomado recentemente, tendo como relator o deputado Laércio Oliveira (SD-SE), vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Em encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), as centrais pediram que a tramitação fosse interrompida. "O processo de debate está se dando no Senado", diz Graça Costa.