Escrito por: Luciana Waclwovsky
Só mobilização poderá vencer a intransigência da base governista e impedir mais esse golpe
As Centrais Sindicais irão elaborar nova proposta sobre a Reforma Trabalhista até o dia 06 de março para apresentar ao governo federal. A decisão ficou acertada em reunião com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), na tarde desta quinta-feira (16.02), em Brasília. Na semana que vem, haverá um encontro preparatório na sede do Dieese em São Paulo para ajustar as medidas para alterar a reforma sugerida pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).
O encontro aconteceu por ocasião do Grupo de Trabalho coordenado pelo governo, que debate a reforma com as Centrais Sindicais. O GT, de caráter técnico, teve início em 1º de fevereiro e é um espaço que os representantes das centrais tem usado para demonstrar a insatisfação com essa proposta que pode aprofundar ainda mais a crise no país.
Para o Secretário Nacional de Organização, Ari Nascimento, que representa a CUT no GT, o que o governo pretende, no fundo, é a precarização das condições de trabalho. “Se o PL 6787 for aprovado, ele pode gerar mais desemprego e abrir as portas para a terceirização”, avaliou o dirigente.
As centrais afirmaram aos representantes do governo, incluindo o relator da matéria na Câmara, deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), que não concordam com o PL e propuseram uma câmara quadripartite com representantes do governo, empresários, trabalhadores e parlamentares para debater a questão.
Para a CUT, o texto do projeto de lei PL 6787/16 é uma afronta à classe trabalhadora. “Não existe a menor possibilidade de ser negociado no formato em que se encontra”, avaliou o secretário geral da Central, Sérgio Nobre.
Ao anunciar publicamente o texto do PL 6787/16, em coletiva de imprensa no final do ano passado, o governo ilegítimo de Temer além de não conseguir explicar à sociedade a essência das alterações promovidas, apenas comunicou às centrais que estaria modificando completamente a CLT. Desde que o texto final foi encaminhado para apreciação do Congresso Nacional não houve qualquer possibilidade de negociação, tendo em vista o teor das alterações e a negativa do governo em ceder das propostas visivelmente voltadas ao patronato e empresas.
Pela manhã, antes da reunião com as centrais, o ministro do Trabalho e o relator da Reforma Trabalhista estiveram juntos em audiência pública da Comissão Especial que irá avaliar a proposta e mostraram-se intransigentes na defesa da aprovação do PL alteração sem nenhuma alteração.