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Cesta básica aumenta em dez capitais em fevereiro, revela pesquisa do Dieese

Salário mínimo necessário para manter família de 4 pessoas pula para R$ 4.366,51 – 4,18 vezes maior que o mínimo atual de R$ 1.045,00

Publicado: 05 Março, 2020 - 12h33 | Última modificação: 05 Março, 2020 - 12h37

Escrito por: Redação CUT

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Os preços dos alimentos essenciais aumentaram, em fevereiro, em 10 das 17 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.  E o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas passou para R$ 4.366,51, ou 4,18 vezes o mínimo de R$ 1.045,00, de acordo com estimativa do Dieese.

Os dados, divulgados nesta quinta-feira (5), revelam que os preços que mais subiram foram os do açúcar, do arroz agulhinha e do tomate. Já o valor da carne bovina de primeira, do feijão carioquinha e da batata, pesquisada na região Centro-Sul, teve redução média na maior parte das cidades. 

Os maiores aumentos no segundo mês do ano ocorreram nas cidades do Nordeste e do Norte: Fortaleza (6,83%), Recife (6,15%), Salvador (5,05%), Natal (4,27%) e Belém (4,18%). Já as principais quedas foram observadas no Centro-Sul: Campo Grande (-2,75%), Vitória (-2,47%), Porto Alegre (-2,02%) e Goiânia (-1,42%).

Com os últimos reajustes, a capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 519,76), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 505,55) e por Florianópolis (R$ 493,15). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 371,22) e Salvador (R$ 395,49). 

Com base na cesta mais cara (R$ 519,76), em fevereiro de 2020, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.366,51, ou 4,18 vezes o mínimo de R$ 1.045,00, de acordo com estimativa do Dieese. Além da cesta mais cara, a estimativa leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Um ano de carestia

Entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, a cesta apresentou elevação em quase todas as cidades, com exceção de Aracaju (-2,21%). Os aumentos variaram entre 1,54%, em Campo Grande, e 12,82%, em Belém. 

Alta acumulada

Em 2020, os preços acumularam alta em 10 cidades. Merecem destaque os aumentos registrados em Salvador (9,70%), João Pessoa (8,14%), Fortaleza (6,77%) e Recife (6,72%). As quedas mais importantes foram anotadas em Vitória (-3,85%) e Florianópolis (-3,63%) .

Cesta básica x salário mínimo

Em fevereiro de 2020, com o aumento de R$ 6,00 sobre o salário mínimo de janeiro, o tempo médio necessário para os trabalhadores adquirirem os produtos da cesta básica foi de 94 horas e 57 minutos. Em janeiro, a jornada ficou em 94 horas e 26 minutos. Em fevereiro de 2019, com o piso nacional em R$ 998,00, a jornada necessária foi calculada em 91 horas e 16 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 46,91% da remuneração, pouco mais do que em janeiro, quando ficou em 46,65% e o salário mínimo era de R$ 1.039,00. Em fevereiro de 2019, a compra demandava 45,09% e o piso era de R$ 998,00. 

Confira aqui a íntegra da pesquisa.