Escrito por: Redação CUT

Chapa de oposição, com apoio da CUT, conquista 45% dos votos na eleição do Andes

Há 14 anos sem participação da oposição na eleição, a Chapa 2, apesar de não vencer, considera histórica a conquista de praticamente metade dos votos. "Vitória política", comemoram os docentes

Reprodução Facebook
Professora Celi Taffarel, candidata a presidenta pela Chapa 2, durante votação na UFBA

A eleição da nova direção do Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes-SN) foi marcada pela disputa nas urnas, o que não ocorria há 14 anos, e entrou para a história da categoria. Neste ano, o fato novo que levou os docentes de 99 associações em todo o Brasil às urnas, entre os dias 9 e 10 de maio, foi a participação da Chapa 2 - “Renova Andes”, composta por professores universitários de distintas origens e com apoio importante de cutistas.

Com 45% dos votos, a Chapa 2, que ganhou em centros universitários importantes, como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal, apresentou um programa de recuperação do Andes para a luta sindical e defendeu o  engajamento da entidade na luta contra o golpe e por Lula Livre.

Apesar de não vencer o pleito eleitoral, a chapa de oposição, encabeçada pela professora Celi Taffarel, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez uma campanha intensa, durante a qual impulsionou, inclusive, a formação de comitês Lula Livre no meio universitário, e atraiu uma grande parcela da categoria. Com isso, a eleição deste ano levou às urnas 17 mil trabalhadores e trabalhadoras ante os 10 mil docentes que participaram das eleições em 2016.

Em nota, a Chapa 2 agradeceu os votos recebidos e afirmou que a reeleição da Chapa 1 - atual diretoria – “não ofusca esta vitória extraordinária, impensável há apenas alguns meses.”

“Some-se a isso, o importante aumento do comparecimento às urnas (no mínimo, 50% a mais do que nas eleições passadas), proporcionada pelo surgimento de uma alternativa de oposição”, ressaltaram os docentes na nota.

O resultado, segundo Júlio Turra, diretor executivo da CUT, além de significar uma importante vitória política da oposição por se tratar da primeira vez que o “Renova Andes” disputa as eleições nacionais da entidade, mostrou que “nada será como antes no Andes-SN”.

“Uma nova etapa se abre para a luta dos docentes universitários, pois a expressiva votação da Chapa 2 demonstra que é possível recuperar o Andes-SN para a luta sindical, superando o fosso entre uma direção sectária e a massa dos docentes, e colocá-lo lado a lado com as demais organizações sindicais da classe trabalhadora na luta em defesa dos direitos, da democracia e contra o golpe”, comentou.

Julio explica ainda que o agrupamento formado ao redor da chapa vai continuar como “Renova Andes”, disputando "palmo a palmo todos os espaços do sindicato", reforçado pelo respaldo de quase metade dos votantes em todo o País.

“Em contraste, a Chapa 1, de continuidade da atual direção, se dividiu sobre temas como a defesa da liberdade de Lula e ficou na defensiva diante do questionamento da filiação à CSP-Conlutas, entidade que afirma que não houve golpe no Brasil, enquanto as próprias universidades sofrem na carne as suas consequências”, concluiu.

- Confira a íntegra da nota de agradecimento da Chapa 2 - Renova Andes