Chegou o “Dia do Basta” contra o assalto aos direitos dos trabalhadores
Nesta sexta, vamos mostrar mais uma vez que a CUT, os sindicatos e seus militantes são hoje o principal foco de resistência, organização e enfrentamento aos patrões que construíram o golpe para tirar direitos
Publicado: 09 Agosto, 2018 - 16h48 | Última modificação: 09 Agosto, 2018 - 18h30
Escrito por: Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT
Vivemos um ataque sem precedentes na história do Brasil, que reduziu a pó a legislação trabalhista, gerou desemprego recorde, precarizou o trabalho e empobreceu a classe trabalhadora e a classe média. Fizeram um assalto aos nossos direitos, cujo principal objetivo é acabar com a estrutura e a organização sindical, para desregular o mercado de trabalho e fazer do trabalhador refém indefeso e mão de obra barata. Querem retroceder há antes da CLT e da Constituição.
Não tenham dúvida de que a reforma trabalhista veio para impedir o trabalhador e a trabalhadora de ter o direito de ser representado por uma entidade sindical combativa. A ordem é enfraquecer a classe trabalhadora por meio do desemprego, do arrocho salarial, da destruição dos sindicatos e da Justiça do Trabalho.
Essa reforma trabalhista é um crime nacional contra a democracia.
Sem liberdade de organização sindical não há democracia. Sem liberdade de discutir os direitos e deveres dos trabalhadores(as) nos locais de trabalho e nas comunidades, não há democracia. Os golpistas sabem disso e, como agentes subordinados aos empresários, deram o golpe a mando dos patrões nacionais e internacionais.
A CUT, os sindicatos e seus militantes são hoje o principal foco de resistência, organização e enfrentamento aos patrões e a todos que estão a serviço do golpe. Precisamos fazer o Brasil emergir dessa crise política, econômica e social criada pelos golpistas. Precisamos aprender com os erros e com os acertos, precisamos estar unidos com os trabalhadores, superando nossas dificuldades e reconstruindo o Brasil.
Nesta sexta-feira (10), “Dia do Basta”, vamos mais uma vez, mostrar a nossa resistência, com mobilizações, atos e paralisações em todo o País.
Vamos mandar um recado nacional aos golpistas com um Basta a um País com 13 milhões de desempregados, 65 milhões de desocupados e sem esperança de conseguir emprego.
Vamos dar um Basta às privatizações. Basta de ódio e intolerância. Basta de perseguir e prender nossos líderes por motivos políticos. Basta de retirar nossos direitos.
Queremos o Brasil de volta ao seu lugar de protagonista mundial.
A nação que já esteve entre as cinco maiores economias e virou credora do FMI não pode voltar a ser o país do subemprego, do bico, do trabalho precário. Não podemos permitir que, no País que saiu do Mapa da Fome, se acabem os empregos com carteira assinada e os avanços sociais.
Nossa luta em todas as instâncias, dentro e fora do País, principalmente nos locais de trabalho e nas ruas, deve impedir que o governo golpista privatize as empresas já anunciadas, entre elas Eletrobras, refinarias da Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Vivemos um clima de guerra e de ódio. Vivemos um clima de medo.
Defender os direitos dos trabalhadores e conquistar nossas reivindicações nunca foi fácil. O que aumenta a responsabilidade da CUT e de seus sindicatos. A CUT nunca teve medo do enfrentar os patrões e os governos conservadores. Fomos forjados na luta.
Por tudo isso, por nossa história e nosso futuro, o futuro da classe trabalhadora, precisamos amanhã, “Dia do Basta”, mexer com o Brasil, dar uma sacudida nos golpistas, dizer a eles que a luta continua, que não nos derrotaram. Nem nos derrotarão.
"O principal objetivo é acabar com a estrutura e a organização sindical, para desregular o mercado de trabalho e fazer do trabalhador refém indefeso e mão de obra barata".
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT