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Chico Buarque e Martinho da Vila convocam festival por Lula no RJ

Em manifesto, artistas e intelectuais destacam que retorno à normalidade só será possível com eleições "efetivamente livres" e que é "inadmissível" manter ex-presidente impedido de participar

Publicado: 18 Junho, 2018 - 11h06 | Última modificação: 18 Junho, 2018 - 11h13

Escrito por: Redação RBA

RICARDO STUCKERT
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Os cantores Chico Buarque e Martinho da Vila, o teólogo Leonardo Boff e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno anunciaram neste domingo (17) a realização do Festival Lula Livre, em 28 de julho, nos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Eles convocam artistas e "todos os setores democráticos da sociedade", em "frente ampla e irrestrita", para pedir a "imediata libertação" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo direito "invulnerável" de milhões de eleitores em escolhê-lo no próximo pleito de outubro.

Também assinam a convocatória os jornalistas Fernando Morais, Hildegard Angel, o cartunista Ziraldo, a atriz Lucélia Santos, o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, e o cineasta Luiz Carlos Barreto.

"Dia 28 de julho, Festival Lula Livre, um dia inteirin suprapartidário. O Woodstock do Lula na Lapa. Canto, danças, performances, teatro, circo, cinema, marionetes, feira orgânica, Circo Voador, Fundição , showzaço, ato ecumênico", anunciou Hildegard Angel, pelo Twitter.

Confira a íntegra da convocatória

Pedir a imediata libertação de Luiz Inácio Lula da Silva não significa apenas um gesto de solidariedade ao mais popular presidente deste nosso país.

Significa também um gesto de solidariedade a todos nós, brasileiros e brasileiras. Um gesto de exigência para que se respeite a Justiça, pilar básico de qualquer sistema minimamente democrático.

O caso de Luís Inácio Lula da Silva tem um simbolismo único na história recente do nosso país.

Todo o julgamento do presidente Lula foi um erro jurídico sem limites. Não havia, na primeira instância – leia-se Curitiba –, uma única e mísera prova dos crimes dos quais ele foi acusado. Não se trata de opinião, mas de constatação.

O mesmo se deu na segunda instância, o TRF-4, onde prevaleceu a ausência de provas, demonstrando que se tratou claramente de manobra jurídica, armada e efetivada diante da complacência de todas as demais instâncias.

Inadmissível é não permitir que Lula participe das eleições. Inadmissível é mantê-lo preso num flagrante desrespeito às regras mais elementares da Justiça.

Com o país à deriva, com o crescente aumento dos riscos de naufrágio, é imperioso retomar, com urgência, o rumo da normalidade. E essa caminhada só se dará com a realização de eleições efetivamente livres e representativas da vontade popular.

Nós nos opomos rigorosamente à arbitrariedade a que Lula está submetido, e que deve cessar de imediato. Queremos sua liberdade já. Entendemos ser direito invulnerável dos 146 milhões de eleitores poderem optar inclusive por não votar nele.

Diante de semelhante cenário, nós, trabalhadores e trabalhadoras das artes e da cultura, convocamos todos os setores democráticos da sociedade para um ato em defesa da liberdade de Lula e da retomada da normalidade democrática, independente de partidos e correntes políticas.

Assim, unidos numa frente ampla e irrestrita, realizaremos no dia 28 de julho, na Praça dos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, o mesmo tipo de evento que vem sendo realizado em diferentes cidades de diferentes países: o FESTIVAL LULA LIVRE.