Escrito por: Walber Pinto
Um defende os interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras, e o outro, os das empresas e seus patrões
Neste domingo, 27 de outubro, 15 capitais brasileiras vão às urnas para eleger seus prefeitos ou prefeitas. Entre estas cidades estão São Paulo, Natal, Fortaleza, Porto Alegre e Cuiabá, onde trabalhadores e trabalhadoras estão se mobilizando nas ruas e redes sociais contra candidaturas que não tem compromisso com a população e com a classe trabalhadora.
Nestas capitais, a luta é para garantir políticas públicas e melhorias nas áreas da saúde, educação, segurança, saneamento, energia, transporte, moradia, e outros serviços essenciais às cidades e que impactam diretamente a vida dos trabalhadores. Estes direitos estão ameaçados por candidaturas que defendem somente os interesses de empresas, que visam lucro acima de tudo, que defendem as privatizações, que transforma serviços públicos em mercadoria; candidaturas que espalham notícias falsas em suas campanhas, utilizam falas misóginas, defendem o corte de direitos e ameaçam a democracia.
O segundo turno é possível apenas em municípios com pelo menos 200 mil eleitores. Nessa etapa, concorrem os dois candidatos a prefeito mais bem votados do primeiro turno, mas que não alcançaram metade dos votos válidos (excluídos votos brancos e nulos).
No primeiro turno, que ocorreu em 6 de outubro, 5.569 cidades do país foram às urnas para votar em candidatos a vereador e prefeito (consulte aqui os resultados por cidades).
A Plataforma da CUT para as Eleições 2024 traz 13 pontos principais para os eleitores ficarem atentos se seu candidato ou candidata defende direitos da classe trabalhadora.
Por isso, na hora de votar, tenha como base na plataforma da CUT ou perceba o que está acontecendo em sua cidade e como isto afeta diretamente você, seus familiares e toda a comunidade. Listamos abaixo as capitais São Paulo, Natal, Fortaleza, Porto Alegre e Cuiabá, apontando questões importantes que podem fazer muita diferença na hora de decidir em quem votar no próximo domingo.
Em São Paulo, a população paulistana precisa analisar como andam serviços públicos importantes, especialmente, saúde, educação e a zeladoria urbana. Neste último ponto, em especial, a falta de manutenção das vias públicas e de podas de árvores fez com que a cidade vivesse, em um período de um ano, dois grandes apagões de energia, deixando 3,1 milhão de pessoas sem luz por vários dias, além de prejuízos à população, enchentes, quedas de árvores, acidentes com vítimas, inclusive, algumas fatais, em decorrência do descaso da atual gestão.
Na saúde, há milhares de casos de cidadãos que buscam atendimento médico com especialistas, mas permanecem por meses para conseguir uma consulta.
Na educação há projetos de privatizações, que precarizam e sucateiam ainda mais as escolas, prejudicando estudantes e trabalhadores na educação.
Em Fortaleza, a luta dos trabalhadores é para garantir os direitos das mulheres, transporte barato, qualidade na educação, saúde, valorização dos servidores públicos e melhores oportunidades para a juventude.
As falas machistas e misóginas que disputa o segundo turno na capital indignou o país nesta semana. As falas são as mais absurdas possíveis, como “dane-se” para o feminicídio.
O mesmo candidato que profere falas contra as mulheres foi condenado a indenizar a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, por ofensas de cunho sexual, em 2021.
Os trabalhadores em Natal estão pautando nesta eleição a tarifa zero gradual, habitação digna e creche sem sorteio.
Neste 2º turno da eleição na capital potiguar dois projetos distintos estão em disputa: um que tem compromisso com a classe trabalhadora, e outro, que tem compromisso com os empresários.
Natal teve o maior índice de abstenção desse ano, com 25,22% de faltosos, dos seus mais de 575 mil eleitores aptos a votar. A disputa tem sido acirrada dia a dia.
Em Porto Alegre, os trabalhadores se mobilizam nas redes contra aqueles que querem se reeleger e que governam contra os interesses da classe trabalhadora. Eles citam pontos importantes que afetaram a cidade nos últimos quatro anos, como:
Enchentes: descaso com a cidade e a manutenção do sistema antienchentes e das casas de bombas responsáveis por controlar o volume de água que entra na cidade, o sucateamento do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE ); má gestão de crise durante as enchentes de maio deste ano; falta de amparo com às populações dos bairros mais afetados como o bairro Sarandi na zona norte da capital, e o bairro Guarujá na zona sul, onde a prefeitura demorou quase dois meses para recolher entulhos e consertar o dique rompido no Sarandi.
Transporte Público: a empresa de transporte público foi privatizada na cidade e o serviço oferecido é de péssima qualidade, com tarifas altas e a extinção da meia passagem de estudantes e passe livre de idosos, falta de ônibus em horários de pico e veículos em péssimas condições;
Serviço Público e Saúde: denúncias de casos de corrupção no Hospital da Restinga; descaso com os servidores públicos; filas de espera longas por atendimento nos postos de saúde municipais.
Governo negacionista: que nega a responsabilidade e falta de preparo da prefeitura em amparar a cidade diante de um problema recorrente.
Já em Cuiabá, a classe trabalhadora pauta nesta eleição a valorização salarial dos profissionais da educação com respeito à legislação nacional, melhora na saúde, que é o principal problema da cidade, transporte público de qualidade, entre outros.
Uma das candidaturas quer a valorização dos servidores e ampliação de direitos da classe trabalhadora, o segundo candidato defende a privatização de serviços essenciais.
De acordo com a orientação da CUT em sua plataforma, os trabalhadores precisam estar atentos às candidaturas, e possam votar em candidatos comprometidos com as pautas sociais, garantir saúde e educação gratuita e de qualidade; direitos trabalhistas, como emprego decente, salário digno, garantias de direitos que constam da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tarifa zero.
Nas eleições deste ano, os trabalhadores precisam analisar os candidatos antes de decidir em quem votar e não eleger quem votou contra seus direitos.
Uma das maiores armadilhas em que o trabalhador pode cair é votar em representantes que defendem justamente os ataques que recaem sobre o povo. Ou seja, os candidatos dos patrões.
Confira abaixo os municípios que terão segundo turno.
As 15 capitais:
Aracaju (SE)
Belém (PA)
Belo Horizonte (MG)
Campo Grande (MS)
Curitiba (PR)
Cuiabá (MT)
Fortaleza (CE)
Goiânia (GO)
João Pessoa (PB)
Manaus (AM)
Natal (RN)
Palmas (TO)
Porto Alegre (RS)
Porto Velho (RO)
São Paulo (SP)