Escrito por: Redação CUT
Maior jornal inglês estampou compra suspeita de 51 imóveis em dinheiro vivo
O jornal The Guardian, o mais influente do Reino Unido, destacou, em grande reportagem, o escândalo de susposta corrupção imobiliária do clã Bolsonaro, que adquiriu 51 imóveis em dinheiro vivo. Bolsonaro está sob chumbo grosso, diz a manchete em tradução livre.
"As obscuras finanças familiares de Jair Bolsonaro estão sob escrutínio renovado depois de alegações de que o presidente brasileiro e parentes próximos usaram dinheiro para pagar mais de 50 propriedades no valor de milhões de dólares. As alegações – resultado de uma investigação de sete meses do grupo de notícias brasileiro UOL – sugerem que, entre 1990 e 2022, membros do clã Bolsonaro usaram repetidamente grandes somas de dinheiro para pagar apartamentos, casas e terrenos em cidades como o Rio de Janeiro", aponta a reportagem de Tom Philips.
“O presidente precisa explicar a origem desse dinheiro. De onde veio esse dinheiro?”, disse Juliana Dal Piva, uma das repórteres por trás da denúncia. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, escreveu: “Você não precisa ser um gênio financeiro para entender que o uso de grandes somas de dinheiro para comprar um imóvel é um meio de lavagem de recursos de origem ilegal”.
Dal Piva disse não estar surpresa que o presidente tenha se recusado a explicar o uso de tanto dinheiro. “Ele tem medo dessa história”, disse ela. “É por isso que ele não responde.”
Segundo a reportagem do UOL, desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã.
Há quatro anos, o róprio Bolsonaro disse que pagamento em dinheiro vivo podia estar ligado a roubo. Agora, votou atrás e disse que não vê problema nenhum em comprar mais de 50 imóveis e pagar com dinheiro.
Em janeiro de 2018, em entrevista à Folha sobre sua evolução patrimonial, Bolsonaro descartou ter usado dinheiro vivo nas transações.
"Levar em dinheiro e pagar? Geralmente é DOC. Levar em dinheiro não é o caso. Pode ser roubado. Tira do banco direto e manda para lá. Eu não guardo dinheiro no colchão em casa", disse o presidente.
Segundo especialistas, não é crime pagar em dinheiro vivo, mas a prática costuma ser usada para lavagem de dinheiro obtido por meios ilícitos. O pagamento em dinheiro é mais difícil de ser rasteado pelos órgãos de controle.
Com informações do Brasil247.