Bispos católicos repelem desrespeito a direitos conquistados
Para a entidade, a saída para a crise passa pela mobilização social
Publicado: 22 Junho, 2017 - 18h15 | Última modificação: 23 Junho, 2017 - 18h24
Escrito por: Luciana Waclawovsky
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Sergio da Rocha, defendeu na tarde desta quinta-feira (22) as mobilizações populares contra a retirada dos direitos garantidos e assegurados na Constituição. A nota crítica da entidade foi divulgada em entrevista coletiva no encerramento da reunião do Conselho Permanente da Conferência que aconteceu entre os dias 20 a 22 de junho em Brasília.
Na ocasião o cardeal reiterou a importância da população se manifestar nas ruas, de forma pacífica, para conscientizar autoridades sobre a necessidade de reflexão e diálogo com a sociedade ao mexer em direitos. “A saída para a crise precisa de um olhar no estado democrático de direito e ouvidos atentos ao povo”, alertou Dom Sergio da Rocha.
O documento foi divulgado dois dias depois que o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e o secretário geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, estiveram reunidos com a cúpula da instituição para pedir apoio às próximas mobilizações organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Na ocasião, Freitas ressaltou que o apoio da CNBB em solidariedade à greve geral do dia 28 de abril, contribuiu para o sucesso da iniciativa – que mobilizou mais de 40 milhões de trabalhadores contra as reformas propostas pelo governo.
A nota oficial da CNBB foi motivada para manifestar total apoio e solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito da Funai e Incra, que indiciou mais de cem pessoas ligadas ao organismo. No texto, os bispos ressaltam que houve aumento da violência no campo no período de funcionamento da CPI.
Oração pelo Brasil
O Conselho Permanente da CNBB também decidiu convocar um dia de oração pelo Brasil no 7 de setembro, Dia da Pátria. Segundo Dom Sergio da Rocha, há uma consciência cada vez mais clara da gravidade da situação e da urgência para se encontrar uma saída da crise pela qual o país está passando, avaliou. “Cada vez mais percebemos pessoas dispostas a orar e se mobilizar”. E completou: “a proposta é convidar toda nossa comunidade a refletir pelos rumos do país”.