CNDH quer saber se governo tomou medidas nas denúncias de pedofilia de Damares
Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) solicitou informações sobre medidas adotadas pela Pasta dos Direitos Humanos em caso de denúncia de violações contra crianças na Ilha do Marajó (PA)
Publicado: 13 Outubro, 2022 - 17h22 | Última modificação: 13 Outubro, 2022 - 17h30
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) pediu por meio de ofício, nesta quinta-feira (13), explicações a ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, para que apresente quais providências foram tomadas pelo ministério diante das denúncias citadas pela ex-ministra da Pasta, Damares Alves, envolvendo violações de direitos de crianças e adolescentes na Ilha do Marajó, no Pará.
Damares, no último sábado (7), disse num culto evangélico que tinha informações com fotos e vídeos de “crianças de oito dias sendo estupradas” e que outras teriam extraídos os dentes para facilitar o sexo oral, entre outras barbaridades. Para especialistas se a ministra tem documentação sobre os casos deveria, quando ocupava o cargo, ter tomado providências. Se não o fez, ela cometeu crime de prevaricação.
O CNDH questiona em que data e por meio de qual canal as denúncias de tráfico de crianças, estupro de vulnerável, lesão corporal e condutas relacionadas no discurso da ex-ministra foram recebidas pelo ministério. Caso tenham sido recebidas pelo Disque 100 ou aplicativo Direitos Humanos Brasil, o conselho solicita evidências (dados) constantes da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos que demonstrem que houve nos últimos sete anos no Brasil uma explosão de estupros de recém-nascidos, conforme informou Alves.
O colegiado também quer saber quais providências foram adotadas pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos quanto às situações sobre as quais tomou conhecimento, discriminando cada evento e a respectiva providência adotada.
Especificamente, o CNDH questiona se o ministério possui as imagens citadas pela ex-ministra "de crianças de oito dias sendo estupradas", quando foram recebidas, quais providências foram adotadas e se o órgão do Ministério Público ou autoridade da Polícia Judiciária foram notificados sobre as imagens.
Por fim, o conselho solicita saber quais investigações de natureza criminal ou denúncias apresentadas à Justiça pelo órgão do Ministério Público foram ou são objeto de acompanhamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos relativamente às situações descritas pela ex-ministra.
O presidente do CNDH, Darci Frigo, explica a manifestação do conselho, na página do Facebook do órgão: "As denúncias de violações aos direitos das crianças na Ilha do Marajó são extremamente graves. Por isso, é fundamental que todas as medidas estejam sendo tomadas pelas autoridades para impedir sua ocorrência e punir os responsáveis. Do contrário, temos um Estado conivente com a barbárie".
Fonte: CNDH