Escrito por: Luiz Carvalho
Confederação aponta que participação de alunos e professores está abaixo do necessário
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) mobilizará professores, professoras e alunos para ampliar a participação na consulta pública que o Ministério da Educação (MEC) promove sobre a Lei 13415/2017, do Novo Ensino Médio (NEM).
Segundo o MEC, até às 18h40 do dia 29 de junho, cerca de 76 mil pessoas haviam respondido a pesquisa, sendo 57.302 alunos e alunas matriculados, 14.970 educadores e educadoras, 3 mil gestores e 487 jovens fora da escola.
Os números, porém, estão muito aquém da composição da comunidade escolar, que conta com 516.444 professores e 7,9 milhões de estudantes em todo o país.
Como participar
Para responder as perguntas é necessário acessar o site do Participa Mais Brasil.
Também é possível responder por WhatsApp, enviando “MEC” para o número (11) 97715-4092, ou por meio do link bit.ly/consultapublicaonlinemec-web, que direciona para o aplicativo. A interação é aberta a todos.
Ações de engajamento
Presidente da CNTE, Heleno Araújo, conta que em dialogo com as bases, a confederação tem identificado problemas que vão de uma divulgação limitada do processo até a falta de boa internet para concluir a participação.
“Vamos estimular ainda mais a participação das nossas entidades filiadas nos estados para que ampliemos esse índice de respostas. Revogar o NEM é fundamental para nós e essa consulta permitirá também saber porque muitos dos jovens estão fora da escola para nos dar um parâmetro do que é necessário modificar no ensino público do país”, explica.
As mudanças no Ensino Médio implementadas a partir de 2022 com a aprovação de uma medida encaminha pelo golpista Michel Temer (MDB), alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu mudanças nas escolas com prejuízos para estudantes, trabalhadores e trabalhadoras da educação.
O NEM não cumpriu a proposta de trazer um caráter mais dinâmico às salas de aula e não ofereceu alternativas aos alunos e alunas que buscam uma preparação voltada ao ingresso no mercado de trabalho.
Ao contrário, piorou a qualidade ensino ao reduzir disciplinas básicas como física, química e biologia e introduzir um conjunto de aulas, conhecido como itinerários formativos, como forma de ampliar o acesso do setor privado aos recursos públicos por meio da oferta de materiais didáticos e audiovisuais.
Desde a implementação da reforma, os movimento sindical e sociais luta para derrubar a medida e a CNTE tem participado de audiências públicas no Congresso Nacional, estados e municípios como parte da campanha “Revoga Já!”.