Escrito por: Redação CUT
Motorista e segurança de Flávio Bolsonaro, que movimentou mais de um milhão em um ano, fez transferências suspeitas para a filha Nathalia, que era assessora de Jair Bolsonaro
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou transações atípicas do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, envolve dois membros da família Bolsonaro: o deputado e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o seu pai, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Fabrício Queiroz foi motorista e segurança de Flávio até outubro quando pediu exoneração do cargo de Assessor Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Já sua filha, Nathalia Melo de Queiroz era, até o mês passado, assessora lotada no gabinete do deputado federal e agora presidente eleito, Jair Bolsonaro. Em setembro, pelo gabinete dele, ela recebeu um salário de R$ 10.088,42.
Conforme revelou o jornal o Estado de S. Paulo, foram encontradas transações anormais - de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 -, em uma conta em nome de Fabrício Queiroz.
Uma das transações, atípicas para uma pessoa com salário de, em média, 12 mil reais, segundo os técnicos do conselho, é um cheque de R$ 24 mil destinado a futura primeira-dama Michele Bolsonaro e transferências entre Fabrício e Nathalia, citada em dois trechos do relatório.
O documento não deixa claro quais são os valores das transferências, mas ao lado do nome de Nathalia está o valor total de R$ 84 mil.
Entenda o caso
O documento do Coaf que mapeou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), as movimentações financeiras dos servidores da Alerj, foi anexado na investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais do Rio.
Ontem, depois que o Estadão publicou a informação, Flávio Bolsonaro usou ontem o Twitter para defender o ex-funcionário. Fabricio “sempre foi da minha confiança”, escreveu o filho do presidente eleito.
“Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta”, diz o post publicado.
Queiroz disse ao jornal que não iria se pronunciar. Nathalia não foi localizada. Procurado pelo jornal, o gabinete de Jair Bolsonaro não se manifestou.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou nesta quinta-feira (7) na procuradoria-geral da República com representação criminal pedindo para que seja instaurado procedimento de investigação para apurar “possíveis ilícitos criminais e administrativos” envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a futura primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro”.