Escrito por: Bruna Provazi - Transição Justa
Representantes sindicais se reuniram online para planejar ações em torno do evento que acontece em Belém, em 2025
Representantes da Central Única dos Trabalhadores de diversos estados se reuniram online na última terça-feira, dia 3, para discutir a participação da entidade nos eventos ocorridos no mês de novembro, como a Cúpula do G20 Social e a COP 29, e para planejar ações junto à classe trabalhadora para a COP 30, que será realizada em Belém do Pará, em 2025.
Transição Justa e Trabalho Decente são algumas das principais pautas desses espaços, em que participam entidades como a CUT, a Confederação Sindical Internacional (CSI) e a Confederação Sindical das Américas (CSA). A CUT também defende que é fundamental haver uma maior participação da classe trabalhadora nesses processos.
Cúpula do G20 Social
A reunião iniciou com uma avaliação da Cúpula do G20 Social, evento que ocorreu entre os dias 14 e 16 de novembro, na cidade do Rio de Janeiro. Este fórum representou um momento inédito na história da construção do G20, protagonizado pelo Brasil. Foram relatados desafios, desde o processo de mobilização para o evento, que alcançou mais de 60 mil pessoas inscritas, até a elaboração do documento final, em consenso com toda a diversidade de movimentos presentes.
A CUT focou em dois temas durante o G20 Social: Trabalho e Transição Justa. Para a entidade, o primeiro tema é central para combater a fome e a pobreza mundial, com garantia de emprego, trabalho decente e fortalecimento dos sindicatos. Já a pauta da Transição Justa é uma oportunidade para os sindicatos e a classe trabalhadora avançarem na discussão sobre a relação entre meio ambiente e trabalho, assim como na luta por um outro modelo de produção e consumo com o objetivo de reduzir as emissões de carbono.
O G20 representou também um espaço de construção de uma agenda estratégica para o próximo período, que considere a Transição Justa como parte da solução para as crises enfrentadas no mundo do trabalho. Para isso, é fundamental que a agenda de trabalho da CUT em 2025, em aliança com os movimentos sociais, dê continuidade a esse processo.
COP30
Vera Paoloni, Presidenta da CUT Pará, apresentou um panorama dos preparativos para a COP30, em Belém. Segundo afirmou o atual prefeito da cidade, Edmilson Rodrigues (PSOL), durante uma reunião da Cúpula dos Povos, 152 estados membros já confirmaram presença no encontro. O Governo Federal estima que 60 mil pessoas irão participar da COP30. Já os movimentos sociais esperam reunir de 15 a 30 mil pessoas na Cúpula dos Povos, que ocorre em paralelo à COP.
A previsão é de que a CUT tenha a maior delegação de sindicalistas no evento. Conforme informou Vera, a CUT Pará tem promovido uma série de debates sobre o tema do mundo do trabalho e a defesa da vida. Ela reafirmou a necessidade de popularizar o evento no meio sindical. Para a entidade, a COP30 será um momento crucial para aprofundar o tema da transição energética junto à classe trabalhadora.
COP29
Rosalina Amorim, Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, trouxe um panorama da participação da CUT na COP29, ocorrida em Baku, Azerbaijão, entre os dias 11 e 22 de novembro. Segundo ela, como houve uma grande participação de trabalhadores no evento, as pautas da transição justa e trabalho decente foram inseridas no centro da discussão sobre clima.
“Nosso maior desafio para a próxima COP é a mobilização. A transição justa é um dos eixos da Cúpula dos Povos, portanto, a pauta do trabalho decente precisa estar presente nas formulações da COP30. Os debates e avanços que tivemos no G20 Social precisam ser colocados neste evento, e a participação dos trabalhadores e trabalhadoras tem que estar inserida nessas pautas”, afirma Rosalina.
Para que isso ocorra, a CUT defende a mobilização, a participação e a incidência de seus e suas sindicalistas nas conferências estaduais de meio ambiente e a continuidade da organização de ações nos estados.