Escrito por: Redação CUT

Com 152 mortes em 3 meses, bancários pedem a ministro vacinação já para categoria

Estudo do Dieese revela que desligamentos por morte de bancários cresceu 176,4% entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º de 2021, segundo Comando Nacional dos Bancários

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Os efeitos trágicos da pandemia do novo coronavírus no setor bancário, que registrou 152 mortes de trabalhadores e trabalhadoras apenas entre os meses de janeiro e março deste ano, revela a urgência da inclusão da categoria entre os grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19, doença provocada pelo vírus.

De acordo com levantamento do Dieese, feito a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), a média de desligamentos por morte na categoria bancária saltou de 18,3 óbitos/mês no primeiro trimestre de 2020 para 50,6 óbitos/mês no primeiro trimestre de 2021, crescimento de 176,4%. Apesar do estudo não especificar a causa da morte, é possível deduzir que o aumento está relacionado com os óbitos de bancários por Covid-19.

E foi isso que a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região, Ivone Silva, e a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, coordenadoras o Comando Nacional dos Bancários disseram ao minsitro da Saúde, Marcelo Queiroga, na sexta-feira (11), quando entregaram a ele um ofício solicitando que os bancários sejam incluídos como grupo prioritário do Plano Nacional de Imunizações (PNI).

“Foi uma reunião muito boa. Pudemos mostrar para ele que a categoria bancária se notabiliza pela grande exposição aos riscos de contágio nas agências e que já foram registrados inúmeros casos de adoecimento, de afastamento do trabalho, internações hospitalares e de óbitos na categoria”.

Ela também alertou para a possibilidade de os bancários podem, sem saber, transmitirem o vírus para os clientes que necessitam do serviço e para seus familiares.

Levantamento do Dieese

O levantamento do Dieese aponta também que, entre abril de 2020 a março de 2021, foramr registrados 418 mortes de trabalhadores da categoria, sendo que 69,8% deles de três ocupações que, em sua maioria, tinham de trabalhar presencialmente: escriturário, caixa e gerente de conta.

A situação é semelhante aos empregados da segurança privada nos bancos, com destaque aos envolvidos no transporte de valores em veículos blindados, e também aos trabalhadores das redes de farmácias que aplicam os testes rápidos de Covid-19, os servidores de cemitérios, servidores da limpeza urbana, dentre outras categorias.

Leia aqui mais informações sobre a pesquisa, a íntegra do ofício entregue ao ministro e o relatório do médico Albucacis de Castro Pereira que explica a "característica física do ambiente de trabalho propicia a maior concentração do vírus e o evidente contágio e, devido aos necessários cuidados com a segurança, as agências bancárias são fechadas e não oferecem ventilação e nem circulação natural de ar.”