Com altas taxas de desemprego e inflação endividamento atinge 74% das famílias
O recorde do endividamento as famílias foi registrado em setembro, mês em que a prévia do IPCA-15 foi a maior desde 1994, o desemrpego atinge 14,1 milhões de pessoas e os salários estão mais baixos
Publicado: 05 Outubro, 2021 - 08h30 | Última modificação: 05 Outubro, 2021 - 10h18
Escrito por: Redação CUT
O endividamento bate mais um recorde e atinge 74% das famílias brasileiras em setembro, mês em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, foi o maior para o mês desde 1994, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no dia 24 de setembro.
Apesar do aumento do percentual dos endividados, aqueles que têm dívidas vencidas entre 15 e 90 dias, mas conseguem pagar, a inadimplência, dívidas vencidas há mais de 90 dias, atingiu 25,5% do total de famílias, 0,1 ponto percentual menor do que o nível de agosto.
Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que as famílias estão fazendo mais dívidas para dar conta de suas necessidades básicas, mas estão renegociando as que estão mais atrasadas por causa da inflação e também salário arrochado e do desemprego.
A taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho foi de 13,7% e ficou estável em comparação ao trimestre anterior. Mas ainda tem que 14,1 milhões de trabalhadores em busca de um emprego no país E entre os que o IBGE considera com uma ocupação, 71,6 milhões não têm direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), trabalham por conta própriqa, sem carteira assinada ou são informais.
E os que encontram emprego, estão tendo de aceitar emprego onde vão ganhar menos, como é o caso dos trabalhadores e trabalhadoras da construção civil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, os salários no setor estão 14,8% mais baixos este ano.
Cartão de crédito
O que mais contribuiu para o endividamento das famílias em setembro foram as dívidas com o cartão de crédito: 84,6% do total de famílias usaram o crédito rotativo do cartão, um dos mais caros que existe.
Tendências semelhantes por renda
O endividamento dos grupos de renda apresentou em setembro tendências semelhantes desde abril:
. saltou de 74,2% para 75% o percentual de famílias com renda de até dez salários mínimos endividadas - no mesmo mês de 2020, 69% das famílias nessa faixa de renda estavam endividadas.
. aumentou de 67,6% para 68,9% o percentual de famílias com renda acima de dez salários mínimos endividadas – em setembro de 2020 eram 59%;
. O maior percentual de famílias com dívidas (82,3%) está na Região Sul, mas esta é a região que tem a menor incidência de famílias com contas atrasadas (20,8%).
. O Nordeste encerrou o terceiro trimestre com a segunda maior proporção de endividados (76,2%) e a maior incidência de famílias com contas atrasadas (32%).
Acesse aqui a análise, os gráficos e a série histórica da Peic