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CUT-SP e Prefeitura de São Paulo celebram o samba

Atividade reuniu o mundo do samba neste fim de semana, no Largo do Paissandu

Publicado: 07 Dezembro, 2015 - 10h55 | Última modificação: 07 Dezembro, 2015 - 11h01

Escrito por: Walber Pinto

SMPIR
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Fechando o ciclo de debates do mês de novembro, promovido pela Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo (SMPIR), o samba, um dos símbolos históricos de luta e resistência foi debatido por sambistas, compositores e cantores negros, na capital paulista, neste fim de semana.

A atividade festejou o Dia Nacional do Samba, comemorado no último dia 02 de dezembro. Além disso, o evento também deu o pontapé inicial às celebrações do centenário do gênero musical, em 2016.  O encontro foi organizado pela SMPIR, com apoio da CUT-SP, da CTB e da União das Escolas de Samba (Uesp).

Um dos símbolos histórico que forma a identidade do povo negro, o samba é uma característica marcante do Brasil. Dentre suas particularidades, o gênero musical é acompanhado por pequenas frases melódicas e refrões, que eram vividos especialmente pela classe trabalhadora no passado e tratados pela elite como caso de polícia.  Hoje, o samba cresce e se reinventa.

Segundo o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, é um gênero musical popular que passou por uma série de problemas no passado. “A realização desse evento é um resgate da história, de luta e resistência porque o samba passou por vários problemas e, hoje, o Brasil é reconhecido como um país do samba”.

Izzo lembrou ainda que São Paulo tem uma gestão municipal com olhar diferente das manifestações culturais sobre o mundo do trabalho. De acordo com o presidente, é necessário que as secretarias de Cultura, de Igualdade Racial e do Trabalho junto com as centrais sindicais construam um grupo de trabalho em prol da cultura.

“Temos que construir juntos com os trabalhadores um projeto que atenda as demandas desse segmento musical”, afirmou.

O evento teve como pano de fundo o desenvolvimento econômico do samba e da comunidade negra. Para o Secretário da SMPIR, Mauricio Pestana, o Brasil foi o país que mais cresceu nos últimos anos, mas que mais cresceu também em desigualdade racial e econômica.

“Nós chamamos o samba, que é originalmente criada e desenvolvida por nós negros, mas queremos também discutir a economia disso. Quem ganha? Quem perde? Por que nós estamos excluídos? Vamos construir esse tema com a CUT que apresentou aqui uma ideia maravilhosa”, enfatiza o secretário.

Para o músico e compositor, Tadeu Augusto Matheus, o T.Kaçula, a cadeia produtiva do samba gera muitos lucros, entretanto, não é compartilhada com quem produz. “A própria comunidade do samba também desenvolve esses recursos econômicos. É importante debater assuntos como esse para que os recursos sejam contemplados a esses autores”,

Já para o presidente da Uesp, Kaxitu Ricardo Campos, os negros eram destratados quando o samba não gerava dinheiro. “Quando passa a virar negócio, a classe média toma conta e nós ficamos fora dos grandes espetáculos”.

A cantora Duda Ribeiro, filha de músicos, afirmou que está no mundo do samba há 40 anos e pediu que o segmento musical não esquecesse os veteranos que ajudaram a construir essa história. “Esse projeto de discutir o samba não pode esquecer todos nós que estamos na luta há tantos anos. Respeito e igualdade no mundo samba e em qualquer movimento musical”.

No Largo do Paissandu, as atividades, feiras de artes e empreendedorismo e atrações musicais animou o final de semana na capital. Por volta das 13h, da tarde do sábado, teve a apresentação de três comunidades da Astec-SP(Associação de Sambistas, Terreiros e Comunidades de Samba de São Paulo) Maracatu Porto de Luanda; DJ Simão Malungo; Thobias da Vai Vai; Royce do Cavaco e Grupo Palma da Mão.