Escrito por: Porém.Net
Setor de serviços responde por mais de 1/3 das contratações intermitentes
Antes de a reforma trabalhista ser aprovada, os sindicatos alertavam que os empregos formais seriam substituídos por intermitentes. Com isso, os direitos e a renda dos trabalhadores seriam reduzidos. Foi justamente o que aconteceu. Neste FIO DA MEADA, vemos que o aumento do emprego com carteira assinada deve ser visto com ressalvas.
O DIEESE do Paraná analisou os dados referentes ao saldo de empregos formais e salário médio dos admitidos do Caged entre novembro de 2017, quando começou a vigorar a reforma trabalhista, a agosto de 2019. Dos 619.887 empregos, o trabalho intermitente representou 16,5% (102.173 empregos) deste total.
Entre novembro e dezembro de 2017, 298 postos gerados no Paraná eram intermitentes. O índice era mínimo. Já entre janeiro a agosto de 2019, saltou para 3242. Em todo o período são 7408 postos, o que representa 11,9% dos 62 mil postos.
A situação do Paraná é “confortável” perto de outros estados. No Amapá, 51,3% dos empregos foram intermitentes. Paraíba bateu 31,5% e Rio Grande do Sul 30%. “O salário dos Intermitentes (R$ 1.009,49) foi em média equivalente a apenas 66,0% do salário médio total (R$ 1.530,07)”, aponta o DIEESE.
A Capital do Paraná foi a cidade onde a opção pelo contrato intermitente mais usada: 57,59%. Já a Construção Civil foi o setor que mais recorreu ao modelo de contratação no estado: 30,43% dos intermitentes, o que significa 51,9%.
Por outro lado, dos 7408 empregos formais de trabalho intermitente no estado, nada menos do que 2527 foi no setor de serviços, representando 34,1% das contratações nessa modalidade entre novembro de 2017 a agosto de 2019.