Com coronavírus avançando, rede de saúde entra em colapso em estados do Norte
País ultrapassa 232 mil mortes e 9,5 milhões de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia e o Acre também registra colapso na rede pública de saúde depois do AM, RR e RO
Publicado: 09 Fevereiro, 2021 - 11h44 | Última modificação: 09 Fevereiro, 2021 - 12h42
Escrito por: Redação CUT
Com o novo coronavírus avançando, novas cepas do vírus contaminando e matando mais, pelo 19º dia seguido a média móvel de mortes por Covid-19 ficou acima de mil no Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia, com registros de colapso nas redes públicas de saúde em pelo menos 4 estados do Norte, Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
Em 24 horas, foram confirmados 28.061 novos casos e 687 mortes em consequência da doença, elevando o total de pessoas contaminas para 9.550.301 e o de vidas pedidas para 232.248. São, em média, 1.015 mortes por dia, lembrando que as segundas-feiras são divulgados números menores porque os laboratório e secretarias de Saúde trabalham em esquema de plantão.
É o segundo período mais longo com média de mortes por Covid-19 acima de mil em toda a pandemia no Brasil. A maior foi entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias), quando houve o recorde de 1.097 óbitos em média, em 25 de julho. Em 29 e 30 de janeiro, o Brasil apresentou as maiores médias de mortes em decorrência da doença dos últimos seis meses. Foram 1.068 e 1.071, respectivamente.
Em onze meses de pandemia, o número de mortos no Brasil ainda é elevado em comparação proporcional. São cerca de 1.096 mortes por milhão de habitantes segundo cruzamento de dados do Ministério da Saúde com a última estimativa populacional divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o consórcio de imprensa, a média móvel de casos confirmados está em 45.755 novos casos por dia, redução de 11% em duas semanas, dentro da estabilidade. Apesar da média de mortes passar de mil, houve redução de 4% em 14 dias.
Acre vive colapso
Depois do Amazonas, Roraima e Rondônia, o Acre passou a registrar colapso na rede pública de saúde, falta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e até médicos para tratamento de pacientes com coronavírus.
A capital, Rio Branco, vive ainda um surto de dengue, aumentando a pressão sobre o sistema de saúde do estado. A cidade decretou estado de emergência em virtude da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti na semana passada.
O governador do estado Gladson Camelli (PP) irá se encontrar com o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, para solicitar médicos para atuarem no estado. Os dados mais recentes do portal de acompanhamento da Covid-19 mantido pelo governo do estado revelam que, não há leito de UTI disponível para pacientes em estado grave com a doença.
A taxa de ocupação de leitos de enfermaria exclusivos para coronavírus está em 87,5% em todo o estado. Na capital Rio Branco, a ocupação de leitos de UTI chega a 100%, segundo o G1 local.
Os casos de Covid-19 continuam subindo no estado e chegaram a 50.694 nesta segunda-feira (8). Foram 148 novos registros nas últimas 24 horas, quando o estado tinha 50.546. O número de mortes também subiu para 893, com mais cinco novos registros.
37 pacientes transferidos de Manaus morreram
Desde a crise da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, no estado do Amazonas, 37 pacientes que foram transferidos para outros estados morreram. O cenário foi de apagão de informações e sobre infecções pela nova variante do coronavírus identificada no Amazonas que se espalhou pelo país.
Médicos e gestores, porém, ainda não sabem o resultado dos sequenciamentos genéticos quase um mês após as primeiras transferências para outras partes do país. A escassez de oxigênio em Manaus atingiu seu ápice em 14 de janeiro, quando a falta de insumo nos hospitais provocou mortes de pacientes por asfixia.
No último sábado (6), 570 pacientes haviam sido transferidos, a partir de uma coordenação do Ministério da Saúde. Desse total, 225 (39,4%) tiveram alta médica e 37 (6,4%) morreram longe de suas casas. Os 37 óbitos ocorreram no intervalo de 24 dias.
A média móvel de óbitos por Covid-19 segue estável no Amazonas pelo quarto dia seguido, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), os governadores da Amazônia Legal questionaram a redução do financiamento federal para leitos de UTI para pacientes da doença.
A situação do sistema de saúde do Amazonas ainda preocupa. O estado registrou 113 novas mortes pela doença e a média móvel de óbitos ficou em 121.
Rondônia
No fim do mês passado, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), anunciou que chegou a um acordo com o governo federal para transferir pacientes que estão em fila de espera para tratamento da Covid-19. Sem vagas para mais atendimentos, ele fez ainda um apelo para que médicos se dirijam ao estado para ajudar equipes de saúde.
Nesta segunda, o estado, que tinha 131.172 casos confirmados de Covid-19 e 2.346 mortes confirmadas até a manha desta terça-feira (9), pediu socorro novamente. Todos os 291 leitos de UT I da rede pública estão ocupados e o governo diz que não há mais como aumentar o número de vagas.
Roraima
Em Roraima, a ocupação dos leitos de UTI e semi-intensivos chegaram a 100% e 71% respectivamente no último fim de semana.Roraima
Desde o início do ano, Roraima tem registrado um aumento na média móvel de novos casos da Covid-19. Segundo o portal do Conselho Nacional das Secretarias de Saúde, no dia 1º de janeiro, o estado estava com uma média móvel de 74 casos e passou para 228 no dia 7 de fevereiro.
Roraima já contabiliza mais de 75 mil casos confirmados do novo coronavírus e 896 mortes. É o terceiro estado, em 2021, a ocupar todos os leitos de alta e média complexidades durante a pandemia, após o Amazonas e Rondônia, todos da região Norte do país.
Estados
Sete estados estão com alta na média de mortes. Em estabilidade, estão o Distrito Federal e 11 estados. Oito estados apresentam queda na média de mortes.
O Estado de São Paulo, epicentro da doença no país, chegou, nesta segunda-feira (8), a 54.663 mortes e 1.851.776 casos confirmados desde o início da pandemia. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 65,7% na Grande São Paulo e 676,9% no Estado. O número de pacientes internados é de 12.485, sendo 6.624 em enfermaria e 5.861 em unidades de terapia intensiva.
Total de vacinados
Em todo o país, 3.783.228 pessoas receberam até agora a primeira dose da vacina. O total de vacinados com a primeira dose representa apenas 1,79% da população brasileira.
Os cinco que mais aplicaram a primeira dose até agora foram: Distrito Federal, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Roraima e Pernambuco.