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Com falta de peças, Volks vai aplicar acordo que prevê redução de jornada e salário

Corte será aplicado em julho, na volta das férias coletivas. Além do ABC, produção parou em Taubaté e em São José dos Pinhais

Publicado: 23 Junho, 2022 - 08h45 | Última modificação: 23 Junho, 2022 - 08h50

Escrito por: RBA

Divulgação
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Com a continuidade da crise provocada pela falta de peças e componentes eletrônicos, que atinge a produção, a Volkswagen vai aplicar acordo que prevê redução de jornada de trabalho e salários na fábrica de São Bernardo do Campo, região do ABC Paulista. A partir de julho, a jornada será reduzida em 24% e os salários, em 12%. A unidade tem 8.200 funcionários, sendo 4.500 na produção.

Até então, segundo o diretor administrativo Wellington Messias Damasceno, a montadora pretendia suspender um turno de produção. “Negociamos a redução de jornada justamente pelo impacto que a decisão teria. Não só para os trabalhadores na Volks, mas para toda a cadeia de produção, principalmente para os trabalhadores terceiros”, observou. “Buscamos a alternativa garantida no acordo e que não impactasse em toda a cadeia produtiva. É a melhor ferramenta que temos para o momento, que será avaliada mês a mês e pode sofrer alterações até a normalização da situação.”

Política industrial e investimentos

Além disso, ele lembrou que os trabalhadores continuam cobrando da empresa uma previsão sobre a normalização do fornecimento. “O mundo vive hoje o problema de falta de peças. Não só semicondutores. Há uma série de produtos que estão faltando no mundo todo.” O dirigente ressaltou a importância do acordo no momento atual da indústria. “Essa situação tende a ser levada por um bom tempo, mas temos um acordo que estabelece previsibilidade, traz ferramentas de flexibilidade para momentos como este, garante investimentos e a permanência da fábrica em São Bernardo”, disse.

Ao mesmo tempo, o metalúrgico critica a falta de uma política industrial no país. “Nós não temos uma política industrial que garanta que parte dos produtos que importamos sejam feitos no Brasil. Política industrial não é o que esse governo faz de zerar imposto para a importação para trazer de fora carros elétricos e ônibus que poderiam ser produzidos aqui gerando empregos".