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Com golaço, Richarlison é a estrela da estreia do Brasil e bomba nas redes sociais

Jogador que marcou dois contra a Sérvia também é conhecido pela defesa de causas sociais e posicionamentos progressistas na política

Publicado: 25 Novembro, 2022 - 09h08 | Última modificação: 25 Novembro, 2022 - 15h09

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Lucas Figueiredo/CBF
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A seleção brasileira venceu a Sérvia, por 2 a 0, na estreia da Copa do Mundo, no Catar, nesta quinta-feira (24), com dois gols marcados no segundo tempo, ambos do centroavante Richarlison, do Tottenham, Inglaterra, um deles aclamado por jornalistas do Brasil e do mundo e definido como 'pintura', 'mágico', 'espetacular', o gol maios bonito de todas as copas até agora.

O espanhol As manchetou: "Brasil já faz magia".; o argentino Olé tascou: "golazo" de Richarlison, justificando no texto: "O que fez o 9 do Brasil contra a Sérvia é universal, é mágico", conta o colunista Nélson de Sá, da Folha de S Paulo.

O primeiro gol, de rebote, após jogada de Neymar e chute de Vinicius Júnior. O segundo,  após cruzamento de Vini Jr, Richarlison tentou dominar, a bola subiu e ele finalizou com belo voleio, sem chance para o goleiro Vanja Milinković-Savić.

Além de ser a estrela a estreia, Richarlison acabou com a seca de um camisa 9 da seleção que há nove anos não fazia um gol. O último que fez um gol com a camisa 9 marcou pelo Brasil em Copas foi Fred, que deixou a sua marca na vitória por 3 a 1 sobre Camarões, em Brasília, no dia 23 de junho de 2014. 

A camisa 9 da seleção brasileira que já foi de nomes como Tostão (1970), Reinaldo, maior ídolo da história do Galo (1978); Serginho Chulapa (1982) e Ronaldo Fenômeno (1994, 1998,  2002 e 2006) volta a ser protagonista com o menino pobre e determinado do Espírito Santo, que contou nas redes sociais que ensaiou o voleio nos treinos. 

O desempenho do craque no campo foi comemorado por comentaristas esportivos,  políticos como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede), jornalistas como André Trigueiro, artistas como a cantora Ludmilla, uma das que aproveitaram o voleio para relacionar ao L de Lula (PT), o presidente eleito, além de internautas, que também destacaram sua atuação fora do campo, seu posicionamento político firme, as causas sociais e ambientais que apoia e financia, algo incomum entre jogadores de futebol, que curtem mesmo é exibir carrões e roupas de marca, sem qualquer preocupação com os mais pobres ou questões políticas relevantes.

O atacante do Tottenham não deixa nada passar despercebido, ressalta reportagem do Ecoa, publicada no Uol. "Da morte de George Floyd e inúmeros outros casos de racismo também no futebol, ao apagão no Amapá [como essa abaixo destacada pela ESPN/Fox], passando pela pandemia de Covid-19, até as queimadas no Pantanal, Richarlison está sempre disposto a colocar o dedo na ferida. O que, para ele, não passa de algo normal. "Faz parte do que eu sou, da minha origem", comenta o capixaba de Nova Venécia (ES).

ReproduçãoReprodução

No auge da pandemia de Covid-19  o jogador se aliou à Universidade de São Paulo (USP) e ajudou a arrecadar recursos para desenvolvimento de pesquisas científicas. No ano passado, sua chuteira usada na vitória sobre o Peru, pela semifinal da Copa América, rendeu quase R$ 7 mil para o programa USP Vida.

“Quando a pandemia começou a gente tinha pouca informação e não sabia muito bem o que estava acontecendo. Eu fiquei muito inquieto preso dentro de casa sem saber direito o que fazer. Aí junto com meu estafe resolvi concentrar as ações em um só lugar e na divulgação de informação correta e útil para o povo, usando minhas redes sociais e as minhas aparições na imprensa também”, disse Richarlison, em entrevista ao portal UOL.

Em visita ao Pantanal, o atacante chegou até a adotar uma onça. Acerola hoje vive aos cuidados do Onçafari, ONG que por meio do turismo ecológico protege onças e a vegetação da região.

Em uma postagem no TikTok, reproduzida pelo senador Humberto Costa (PT-PE), ele falou sobre uma casa em Barretos (SP), onde tem um hospital que trata pacientes com câncer e ele tem uma casa para ajudar as pessoas que não têm dinheiro e precisam de estadia durante o tratamento. "Ali eles têm comida de graça, tudo de graça", diz no vídeo o atleta.

"10% do meu salário vai para lá para ajudar as pessoas", diz Richarlison, que segue falando sobre outras ações para ajudar os mais pobres, como ele foi um dia. 

Crítico de Bolsonaro

Em entrevista ao diário esportivo argentino Olé, em setembro do ano passado, Richarlison criticou o governo do futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Duvido muito que hoje um brasileiro possa aplaudir, com tudo o que acontece. À medida que os preços, a inflação, a fome e o desemprego disparam, muitos políticos e estão preocupados com suas próprias causas.”

Na ocasião, ele também lamentou o uso político da camisa da seleção, capturada primeiro pela direita golpista, a partir de 2015, e depois, pelo bolsonarismo. “Hoje em dia, o pessoal leva muito (a camisa) para o lado político. Isso faz a gente perder a identidade da camisa e da bandeira amarela”, comentou o atacante. “Acho importante que eu como jogador, torcedor e brasileiro, tente levar essa identificação para todo o mundo. É importante reconhecer que a gente é brasileiro, tem sangue brasileiro e levar isso para o mundo”, disse.