Presidente brasileiro encontrou Xi Jinping e defendeu parceria entre os países. 'Ninguém vai proibir', disse Lula
O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira (14) a assinatura de 15 acordos com a China. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está naquele país e encontrou o líder chinês, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, sede do governo local.
A aguardada reunião entre os dois chefes de Estado incluiu a assinatura de acordos nas áreas de agronegócio, ciência e tecnologia, comunicação, e outros. Também foram celebrados acordos entre empresas dos dois países. De acordo com projeção do Ministério da Fazenda, os entendimentos assinados podem totalizar cerca de R$ 50 bilhões em investimentos.
No campo dos governos, foram estabelecidos mecanismos para troca de informações eletrônicas sobre certificados sanitários internacionais para a exportação de produtos de origem animal; troca de experiências sobre políticas de combate à fome; uma parceria entre a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) e a Agência Espacial Brasileira (AEB); parceria para a "cooperação televisiva" e das agências públicas de comunicação dos dois países; entre outros pontos.
Brasil e China continuarão sua parceria aeroespacial com o lançamento de um novo satélite do CBERS (Programa de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na tradução do inglês). O CBERS-6 terá como objetivo o monitoramento da Amazônia e promete conseguir acompanhar o desmatamento da região. Ainda nesse sentido, os dois países assinaram uma declaração conjunta sobre as mudanças climáticas.
Na área privada, foram estabelecidos os seguintes acordos: haverá o estudo da viabilidade financeira e técnica de projetos de energia renovável (offshore, solar, hidrogênio azul e verde) no Porto do Açu, no Rio de Janeiro; a Seara prometeu comprar 280 caminhões elétricos da JAC Motors; o Banco da China prometeu crédito para as exportações da JBS; a Suzano pactuou com a COSCO a construção de 5 navios para o transporte de celulose; o Banco BOCOM BBM anunciou sua adesão ao CIPS (China Interbank Payment System), que é a alternativa chinesa ao Swift; entre outros.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esses acordos somam-se àqueles anunciados durante o Seminário Econômico Brasil-China, em 29 de março, totalizando mais de 40 novas parcerias.
"Ontem [quinta-feira (13/04)] fizemos uma visita à [empresa chinesa de telecomunicações] Huawei, em uma demonstração que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China", afirmou Lula durante o encontro.
Durante o encontro com Lula, o presidente chinês destacou que ambos os países têm "interesses comuns", são "importantes mercados emergentes" e podem caminhar para um "novo paradigma em desenvolvimento".
"Foi com sua atenção [de Lula] e apoio que a relação China e Brasil conseguiu dar um grande salto", disse Xi.
Veja abaixo a lista de acordos governamentais assinados entre os dois países:
Bom dia, Brasil! Assinei agora com o presidente Xi Jinping acordos entre nossos países, para avançarmos em áreas como energias renováveis, indústria automotiva; agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura.