Escrito por: Redação CUT
Com índice de isolamento social muito abaixo do ideal, país está atrás dos EUA, Rússia e Reino Unido em número de pessoas infectadas. O estado de SP tem mais mortes que China, Turquia, Suécia, Índia e Rússia
Quarto país do mundo com mais casos do novo coronavírus, o Brasil registra 16.201 mortes provocadas pela Covid-19 e 244.052 casos confirmados da doença em todo o país. Em número de pessoas infectadas, está atrás apenas dos Estados Unidos, que tem 1.486.375 e, segundo autoridades da área da saúde, vai ter mais ainda por conta dos atos contra o isolamento social que vêm sendo registrados; da Rússia, que tem 281.752 casos e do Reino Unido, 244.995 casos.
Em número de mortes provocadas pelo vírus, 16.201, o Brasil está à frente da Rússia, que registrou 2.722 óbitos até agora. O país com mais mortes é os Estados Unidos, com 89.567, seguido do Reino Unido, com 34.716.
São Paulo
Com índice baixo de isolamento social, São Paulo, o estado mais afetado pela pandemia, registrou mais de mil mortes por Covid-19 na última semana. Neste domingo (17), o número total de óbitos no estado chegou a 4.782 e o de pessoas diagnosticas dom a doença a 62.345.
Se fosse um país, o estado de São Paulo seria o 13º com mais mortes, ficando à frente da China (4.638), Turquia (4.140), Suécia (3.698), Índia (3.041) e Rússia (2.722).
Vários estados brasileiros não têm conseguido manter as taxas de isolamento social que, no começo da pandemia, ajudaram a evitar uma explosão de casos, segundo especialistas.
Em entrevista nesta segunda-feira (18) ao jornal Folha de São Paulo, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avaliou que as primeiras medidas de isolamento salvaram milhões de vidas.
“Em São Paulo e no Rio, as três semanas iniciais [de isolamento] foram fundamentais. Foram duas semanas com taxa de isolamento acima de 70% e outra com 60%. Aquilo diminuiu a taxa de contágio e salvou milhões de vidas. Deu tempo de ficarem prontos hospitais de campanha e de chegarem respiradores”.
Mesmo com os esforços dos governadores e prefeitos para manter o distanciamento social, neste domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro voltou a participar de um ato com aglomeração em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Esses gestos do presidente que contrariam todas as recomendações das autoridades da área da saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) têm sido recorrentes em Brasília.
Lockdown em cidades do Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Paraná
Pelo menos seis estados brasileiros já decretaram lockdown, medida mais restritiva das políticas de isolamento social, com possibilidade, por exemplo, de sanções como multas em caso de descumprimento.
As medidas já estão valendo em cidades do Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Paraná.
Primeiro estado a decretar a medida dura de isolamento, o lockdown, foi o Maranhão, que decretou confinamento obrigatório em 4 cidades da região metropolitana de São Luís. A medida terminou neste domingo (17).
Em entrevista nesta segunda-feira (18) ao Estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) falou que não descarta o lockdown para conter o avanço da doença. O prefeito Bruno Covas (PSDB) diz que não pode decretar porque a cidade de São Paulo tem dezenas de cidades na Região Metropolitana.