Escrito por: Redação CUT
País vem registrando há 20 dias mais de mil vítimas na média de mortos pelo novo coronavírus. Foram 1.029 vítimas nos últimos sete dias
Quase um ano depois do início da pandemia, o Brasil ainda falha em várias frentes de combate ao novo coronavírus. A falta de testagem em massa, uma das mais eficientes formas de controlar a doença, deixa o país atrás da Europa, Estados Unidos, Ásia e vizinhos da América Latina.
Há meses o Brasil ocupa o segundo lugar do mundo em número absoluto de mortes por Covid-19, doença provoca pelo vírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que hoje contabilizam mais de 468 mil óbitos. Quando a comparação leva em conta o número de mortes por 100 mil habitantes, o Brasil aparece em 12° lugar, atrás da Bélgica, Reino Unido, Espanha e Itália, segundo o levantamento mais recente da Universidade Johns Hopkins.
Há 20 dias, o país vem registrando mais de mil vítimas na média diária de mortos pelo novo coronavírus confirmados em 24 horas. Foram 1.029 vítimas nos últimos sete dias, conforme dados do consórcio de imprensa com dados captados pelas secretarias estaduais de Saúde. Nas últimas 24 horas, 1.340 mortes foram registradas, elevando o total para 233.588 vidas perdidas desde o início da pandemia.
O número desta terça-feira (9) é o maior em 12 dias, desde as 1.439 vítimas computadas no dia 28 de janeiro. É o quarto dia com mais mortes em todo o ano. Em 28 de janeiro, o país registrou 1.439 mortes, a pior marca em 2021.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 9.602.034 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 51.733 desses confirmados de segunda-feira (8) para terça-feira (9).
Mesmo com a explosão de casos e mortes há quase um ano, o Brasil realiza cerca de 105 testes a cada mil habitantes. O número é muito inferior aos países da Europa, Estados Unidos, Ásia e vizinhos da América Latina.
Na Nova Zelândia, país mais bem-sucedido no combate à pandemia, que registrou apenas 25 mortes por Covid, testou-se mais do que o triplo. Foram 321 testes a cada mil habitantes, de acordo com o World in Data, da Universidade Oxford. O Canadá, que não chegou a 1 milhão de casos confirmados da doença, realizou 462 testes para cada mil habitantes.
Nesta terça-feira (9), a preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à nova variante do coronavírus deixou o Brasil, que ainda não fez o dever de casa há quase um ano de pandemia, sob alerta.
O órgão constatou que a variante do vírus da Covid-19 identificada no país em brasileiros no Japão tem o "potencial" de afetar a capacidade de vacinas e de garantir a imunidade contra a doença. O alerta faz parte do informe semanal publicado pela entidade internacional sobre a pandemia.
De acordo com o blog do Jamil Chade, do UOL, uma das preocupações centrais da OMS se refere ao efeito das vacinas. Identificada como variante P.1, a nova mutação no Brasil ganhou terreno no final de novembro de 2020. Mas, segundo a OMS, "mostrou sinais iniciais de declínio" na semana que terminou no dia 7 de fevereiro. "Em Manaus, a proporção de casos com P.1 entre as amostras testadas aumentou de 52% em dezembro de 2020 para 85% em janeiro de 2021", disse a entidade.
Em hospitais do Reino Unido mais de 100 crianças estão sendo internadas por semana com uma síndrome rara que está aparecendo semanas após serem infectados pelo novo coronavírus, segundo informações do The Guardian.
Trata-se da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), um conjunto de reações do sistema imunológico que já havia aparecido em crianças durante os primeiros meses da pandemia no Reino Unido e que, após o país assistir a um novo aumento recorde dos casos, voltou a acontecer com maior intensidade.
Cerca de 75% das crianças mais afetadas pela SIM-P eram negras, asiáticas ou de minorias étnicas. Os sintomas graves aparecem dias ou semanas após a criança ser infectada pelo coronavírus Sars-CoV-2 e incluem febre acima de 40 graus, pressão muito baixa, dor abdominal, diarreia e vômito.
Nos casos mais graves, o quadro pode levar à sepse (doença complexa e potencialmente grave que é desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção, na maior parte das vezes causada por bactérias).
Ao menos 4.000.358 doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas no Brasil nesta terça-feira (9). Nem todos os estados e municípios divulgaram as informações sobre a campanha de imunização em sua totalidade. Por isso, o levantamento é preliminar e o número real pode ser maior.
Em números absolutos, São Paulo, estado mais populoso do país, lidera a vacinação, com 1.009.271 doses aplicadas. O governo paulista prevê iniciar a administração da segunda dose no próximo dia 14, com o prazo de 28 dias entre as doses.
Os estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Maranhão já começaram a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 e atualizam os dados no “vacinômetro”, com distinção entre primeira e segunda dose.