Escrito por: Redação CUT
Segundo país com mais mortes no mundo, o Brasil segue com vacinação lenta, apesar da variante Delta já estar contribuindo para aumentar o número de casos. Menos de 20% da população está totalmente imunizada
Com a variante Delta, mais agressiva e mais transmissível, se espalhando e aumentando o número de casos e com mais de 551 mil brasileiros e brasileiras mortos em decorrência da Covid-19, o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) continua com sua péssima gestão no enfrentamento à pandemia.
Nove capitais do país interromperam a aplicação da 1ª dose da vacina contra a Covid-19, uma das únicas formas de proteger a população contra a forma mais grave da doença, em especial, contra a nova variante.
Governadores responsabilizam o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, após mais um atraso no calendário de imunização dos brasileiros pela falta de distribuição das vacinas.Segundo eles, o ministério tem estoque da vacina.
O ministro se defendeu alegando que não há estoque parado de vacina contra a Covid-19 e criticou estados e municípios pela elaboração de regras próprias de vacinação, afirmando que o desrespeito ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) pode criar uma grande confusão.
“Não é correto que os municípios fiquem alternando o que foi tratado na tripartite. Senão, você cria uma verdadeira confusão. Não contribui para que a população brasileira tenha a sua imunização”, afirmou.
Queiroga disse ainda que a distribuição de doses vai ser normalizada até esta quarta-feira (28), com a entrega de 12 milhões de doses. Segundo nota do ministério, no entanto, serão 10,2 milhões de doses.
Falta gestão e senso de urgência
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu crtiicando a "falta de gestão" e de "senso de urgência" do Ministério da Saúde diante da paralisação da campanha de vacinação. Doria afirmou que o Ministério da Saúde tem 16 milhões de vacinas paradas, em estoque, e centenas de brasileiros morrendo diariamente por falta de vacinas. Vergonhosa essa falta de gestão e senso de urgência
Vacinação lenta
A campanha de vacinação ainda segue lenta no Brasil. São menos de 20% da população totalmente vacinada com a segunda dose.
Nesta segunda-feira (26), o Brasil atingiu a marca de 38 milhões de pessoas que completaram a vacinação contra a Covid-19, o corresponde a 17,96% da população do país.
Com relação aos imunizantes que necessitam de duas doses, a primeira delas foi aplicada em 852.004 brasileiros nas últimas 24 horas. Nesta fase de primeira dose, o total de vacinados chegou a 96.332.312, o que representa 45,49% da população do país.
Nove capitais paralisaram a vacinação na primeira fase
Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, João Pessoa, Maceió, Natal, Belém, Florianópolis e Campo Grande são as nove capitais que anunciaram a paralisação a aplicação da primeira dose dos imunizantes.
Em Campo Grande não há aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 desde quinta-feira (22). Segundo a prefeitura, apesar do anúncio de nova distribuição de imunizantes pelo Ministério da Saúde, ainda não há previsão para retomada do atendimento. No domingo (25), a aplicação de segunda dose também chegou a ser suspensa na capital.
Vitória, no Espirito Santo, também enfrenta o mesmo problema. Não tem estoque de imunizantes para novos casos e está aplicando apenas a segunda dose da vacina.
No Pará, a capital Belém suspendeu a vacinação no último sábado (24) e domingo (25).
Em João Pessoa, a prefeitura mantém nesta segunda-feira (26) aplicação apenas da segunda dose das vacinas AstraZeneca e Coronavac contra Covid-19. Foi interrompida no sábado (24) a imunização de primeira dose.
Salvador também não tem imunizantes para a primeira dose desde sábado (24). A prefeitura da capital afirma que aguarda nova remessa de imunizantes pelo governo federal para retomar a vacinação. A segunda dose segue sendo aplicada.
Santa Catarina suspendeu o avanço da campanha de vacinação por idades na sexta-feira (23). Também não há previsão para retomada do serviço, segundo a prefeitura.