Covid-19: Especialistas pedem cautela na flexibilização do uso de máscaras no Brasil
Com o avanço da vacinação e a queda nos números de casos e mortes por Covid-19, capitais como São Paulo, Campo Grande e Curitiba estudam desobrigar o uso de máscaras. RJ e DF já tiraram a obrigatoriedade do uso
Publicado: 08 Novembro, 2021 - 12h52 | Última modificação: 08 Novembro, 2021 - 18h21
Escrito por: Redação CUT
Enquanto vários países da Europa e do mundo registram recordes de casos de Covid-19, no Brasil, o estado do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Porto Velho e cidades como Mata de São João, na Bahia, já retiraram a obrigatoriedade de máscaras em locais públicos e se preparam para o carnaval de 2022. E capitais como São Paulo, Campo Grande e Curitiba estudam desobrigar o uso de máscaras ainda este ano.
Preocupados, especialistas recomendam que a população deve ter cautela e não se expor demais. O infectologista Marcos Boulos, ex-integrante do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, vai além e defende que a flexibilização do uso de máscara em lugares abertos sem aglomeração só deve ser liberada quando a vacinação com duas doses contra Covid-19 alcançar 80% da população, segundo nota do Painel da Folha.
Em lugares com aglomeração, diz Boulos, a flexibilização deve ser acompanhada do monitoramento da curva epidemiológica. "Com transmissão muito baixa pode-se flexibilizar o uso da máscara em ambiente aberto mesmo com aglomerações".
Não é o caso do Brasil. De acordo com monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido, na última semana o país registrou um aumento significativo na taxa de transmissão do novo coronavírus, chamado de Rt, que está em 1,04, ou seja, voltou a subir. Isso significa que cada 100 pessoas com o vírus no país infectam outras 104.
Segundo o boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada neste domingo (7), o cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus.
Entre os dias 24 e 30 de outubro, foram notificados 11.500 casos e 320 óbitos diários, em média, de acordo com a Fiocruz. Esses números representam redução de 0,7% ao dia nos registros de casos e uma menor velocidade de redução do número de óbitos no país, que agora atinge 0,4% depois de 14 semanas de redução acelerada e sustentada com velocidade de 1% a 2%”, observa o documento.
Quanto à ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamar inferior a 50% na maioria dos Estados.
Países enfrentam onda de casos
Os casos de Covid-19 crescem em 55 de 240 países. Rússia, Ucrânia e Grécia atingiram ou estão próximas de níveis recordes de casos relatados desde que a pandemia começou cerca de dois anos atrás, segundo uma análise da Reuters.
No leste da Europa tem uma das menores taxas de vacinação da região. Mais da metade de todas as infecções novas relatadas em todo o mundo foram de países europeus, sendo 1 milhão de infecções novas a cada quatro dias, segundo a análise.
Na semana passada, a Rússia relatou 39.400 casos novos de Covid-19, sendo quase cinco mil só em Moscou. Na Alemanha, apesar das taxas de vacinação muito maiores, o índice de infecção atingiu seu maior nível desde o começo da pandemia, e médicos disseram que precisarão adiar operações marcadas nas próximas semanas para lidar com o vírus.
Japão não registrou nenhuma morte diária de Covid-19 pela primeira vez em um ano no domingo, noticiou a mídia local, e agora a vacinação já chegou para mais de 70% da população japonesa.
No mundo, o número de casos de covid ultrapassou a marca de 250 milhões nesta segunda-feira (8), e alguns países do leste da Europa testemunham surtos recordes no mesmo momento em que a disparada da variante Delta diminui e muitos países reativam o comércio e o turismo.
O número diário médio de casos caiu 36% nos últimos três meses, de acordo com uma análise da Reuters, mas o vírus continua infectando 50 milhões de pessoas de todo o mundo a cada 90 dias devido à variante Delta altamente transmissível.
Pandemia no Brasil
Nas últimas 254 horas, o Brasil registrou 59 mortes por Covid-19 em todo o país, além de 6.115 novos casos. Os dados foram divulgados neste domingo (7) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). As médias móveis de óbitos e de infecções ficaram em 232 e 9.941, respectivamente.
Vale lembrar que é normal que os números de finais de semana sejam mais baixos, devido às equipes reduzidas nos laboratórios. É, no entanto, o menor número diário de mortes já registrado no país desde o dia 5 de abril de 2020, também um domingo, quando foram notificados 54 óbitos pela doença.
Com a atualização, o país tem um total de 609.447 mortes e 21.880.439 infecções confirmadas desde o início da pandemia, em março de 2020.
Sem atualizações para o dia, os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins, além do Distrito Federal, mantiveram os números da última sexta-feira (5).
Em relação à vacinação, 56,06% da população tomou a segunda dose ou a dose única de vacinas contra a Covid e está totalmente imunizada, segundo dados do consórcio de imprensa.
Já os que tomaram a primeira dose de alguma vacina contra a Covid e estão parcialmente imunizados são 155.812.037 pessoas, o que representa 73,04% da população.