Escrito por: Eduardo Maretti, da RBA

‘Com ou sem federação, Haddad será candidato’, diz Luiz Marinho

Sobre Geraldo Alckmin na chapa com Lula, ex-ministro do Trabalho reconhece, com ressalvas, que “é uma liderança que poderá reunir condições de ser vice”

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Não haverá problema se o PSB quiser lançar candidato ao Palácio dos Bandeirantes, afirma o presidente estadual do PT, Luiz Marinho. Assim como não haverá problema se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiver dois ou três palanques no estado de São Paulo. “Se o PSB tiver candidato a governador, nós respeitamos, com pacto de não agressão, e de estar juntos no segundo turno, para derrotar o ‘Bolsodória’. Mas em São Paulo temos candidato. Chama-se  Fernando Haddad”, acrescenta.

O PSB pretende lançar o ex-governador Márcio França na disputa ao governo paulista, o que sugere como condição para apoiar Lula na eleição presidencial. Tanto França como Haddad aparecem em boa posição nos cenários avaliados pela mais recente pesquisa Ipespe/ Valor Econômico, de dezembro.

Marinho já presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi ministro do Trabalho, da Previdência e prefeito de São Bernardo do Campo por dois mandatos. Segundo ele, as negociações entre os dois partidos podem avançar para um entendimento. “Desejamos fazer a aliança mais ampla possível, uma frente de esquerda desde o primeiro turno. Mas se não for possível, a gente se soma no segundo”, disse à RBA nesta quinta-feira (20).

Federação partidária

O presidente estadual do PT observa que, pessoalmente, preferiria que não houvesse federação e cada partido saísse com a sua chapa. Mas reforça que não se opõe, se o candidato em São Paulo for Haddad, e se prevalecer a necessidade da federação para uma aliança nacional. “Se não puder ser Haddad, então a federação fica inviabilizada e vamos para duas candidaturas, sem problema”, acrescenta Marinho.

Sobre a também possível federação que seria formada entre PT e PSB, além de PV e PCdoB, Marinho avalia que é uma “construção”, e que no momento não tem como prever se vai sair ou não. “O que digo é o seguinte: o PT São Paulo não vai fazer objeção, se tiver necessidade da federação para formatar uma frente ampla para o Brasil que repercuta em São Paulo. Topamos discutir. O que não topamos é a possibilidade de Haddad não ser candidato. Ele será candidato tendo ou não federação”, enfatiza.

Chapa presidencial

Muito próximo ao ex-presidente Lula, Luiz Marinho comenta que, da mesma forma como se pronuncia sobre a possibilidade de uma federação reunindo PT e PSB, fala da possível chapa formada por Lula, tendo Geraldo Alckmin como vice. “É uma construção, uma possibilidade”, afirma. O dirigente lembra que já mostrou preocupação com o perfil do ex-governador paulista, mas reconhece nele uma liderança que “pode reunir condições” de ser vice. “É uma questão de construir, olhar estado por estado. Verificar as lideranças possíveis que os partidos possam oferecer ao Lula em relação a compor a chapa”, pontua. “Entre as possibilidades, seguramente o Alckmin parte na frente no debate. Mas podem surgir outras alternativas”, acrescenta.

Instituído pelo Congresso Nacional, o instituto das federações partidárias foi regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro. Um dos motivos que provoca questionamentos entre dirigentes é que as legendas que formarem uma federação deverão nela permanecer por quatro anos, no mínimo.