Com pandemia, Brasil registra recorde de 1,44 milhão de mortes, em 2020, alta de 8%
Levantamento mostra que as mortes registradas em todos os cartórios do país, em 2020, somaram 1,44 milhão. Com o acúmulo de 217.712 vidas perdidas pela Covid-19, a alta de 8% é um recorde
Publicado: 26 Janeiro, 2021 - 16h30
Escrito por: Redação CUT
A pandemia do novo coronavírus fez o Brasil subir 8,3% no número de mortes em 2020. Foram 1,44 milhão mortes no ano, 180 mil a mais do que em 2019 que registrou no total 1,26 milhão.
A variação de 8,3% superou a média histórica anual de mortes no Brasil. Em 2019 era 1,9% ao ano. Neste número já estão somadas as 217.712 vidas perdidas pela Covid-19.
Em São Paulo, o total de mortes foi de 356.877, 17% a mais do que as 312.444 de 2019, um aumento de 44.433. No Rio de Janeiro, o aumento de óbitos foi de 24.330. O total variou de 147.903 (em 2019) para 172.233 (2020). Os dados são do Portal da Transparência, plataforma administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), publicados nesta terça-feira (26) pelo jornal O Estado de São Paulo
Mortes e contaminação por Covid-19
O número de mortos por Covid-19 no Brasil também é elevado na comparação proporcional. São 1.028 mortes por milhão de habitantes, segundo cruzamento de dados do Ministério da Saúde com a última estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ).
O Brasil tem confirmadas 8.872.964 pessoas infectadas pelo coronavírus, desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas foram 631 mortes e 28.364 casos confirmados da doença. Com isso, a média móvel de mortes ,nos últimos sete dias, foi de 1.055, a maior desde 4 de agosto, com 1.066.
Em casos confirmados, a média móvel nos últimos sete dias foi de 51.532 novos diagnósticos. Isso representa uma variação de menos 6% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.
Colapso em Rondônia
Cinquenta pacientes com Covid-19 foram transferidos nesta terça-feira (26) de Porto Velho (RO) para hospitais de Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelo governador em exercício do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior.
O pedido de socorro aos outros estados é reflexo da alta taxa de ocupação nos leitos de UTIs nos hospitais de Rondônia, que além de atender os casos locais, também dá assistência aos pacientes do Amazonas. No final de semana haviam 40 pessoas esperando uma vaga de internação.
Nesta segunda-feira (25), treze pacientes foram transferidos para hospitais de Curitiba (PR). No último final de semana, em Porto Velho o sistema hospitalar para o tratamento da Covid-19 entrou em colapso quando as unidades chegaram aos 100% de taxa de ocupação.
De acordo com o prefeito Hildon Chaves, desde o início da pandemia o município passou de 23 para 73 leitos de internação e de cinco para 23 respiradores disponíveis. Mesmo assim não têm sido suficientes para atender a todos os pacientes que precisam de internação.
Em Porto Velho, todos os seis hospitais do Estado estão sem leitos de UTI disponíveis. Com isso, o município não tem para onde enviar os pacientes.
Situação em Manaus
A situação em Manaus, capital do Amazonas, é cada vez mais preocupante e dramática devido à pandemia de Covid-19. O colapso sanitário continua a provocar dramas na cidade. A falta de oxigênio tem sido um dos principais problemas, mas neste momento os hospitais do estado estão superlotados de casos graves provocados pela doença.
Sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de sua atuação no combate à pandemia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou nesta terça-feira da reabertura do Hospital Nilton Lins para ampliar a capacidade de atendimento de pacientes com Covid-19 em Manaus.
Pazuello afirmou que o governo vem tomando medidas para "salvar vidas" e destacou que o Amazonas tem recebido doses extras para campanha de vacinação contra a doença. Segundo o ministro da Saúde, a nova linhagem do coronavírus que circula em Manaus está sendo estudada em Oxford, na Inglaterra. A tendência, segundo ele, é que seja uma variante que contamina mais, no entanto, com um grau de agressividade semelhante a anterior.
Diante do colapso na saúde pública, governadores entraram em acordo e liberaram 5% de doses extras de vacina para atender o estado. O ministro defendeu que as doses extras sejam usadas para imunizar idosos com mais de 75 anos.
Segundo o último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde, houve 1.222 novos registros de pessoas com a doença, totalizando 250.935 casos no estado. O número de mortes subiu para 7.232, com mais 86 óbitos provocados pela Covid-19.