Com pandemia em alta, Brasil registra a maior abstenção dos últimos 20 anos
De acordo com dados do TSE, 23,1% dos eleitores não foram votar no dia 15. Outros 9,6% foram as seções eleitorais mas anularam ou votaram em branco
Publicado: 18 Novembro, 2020 - 12h30 | Última modificação: 18 Novembro, 2020 - 12h50
Escrito por: Redação CUT
O primeiro turno das Eleições Municipais de 2020, realizada em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já matou mais de 166 mil brasileiros, registrou a maior abstenção dos últimos 20 anos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que avisa: número pode ser ainda maior, uma vez que não terminou a apuração em todos os municípios.
Apesar de todos os cuidados tomados nas seções eleitorais, da obrigação de usar máscara e álcool em gel, no total, 23,1% dos eleitores brasileiros não foram votar. O percentual equivale a 34.121.874 abstenções. Na eleição municipal anterior, em 2016, o total de abstenção foi de 17,6%.
Os estados de São Paulo, com 27,3%, e Rio de Janeiro, com 28%, registraram os maiores índices de abstenção de eleitores no primeiro turno das eleições municipais.
Os estados que menos registraram abstenções foram Piauí (15,4%), Paraíba (15,7%), Ceará (16,9%) e Amazonas (19%).
Outros 9,6% dos eleitores brasileiros foram as urnas, mas votam em branco ou anularam os votos, Em 2016, o percentual foi de 10,9%.
O resultado final da apuração mostrou que dos cerca de 147 milhões de eleitores aptos a votar, 34,1 milhões não votaram, 3,9 milhões votaram em em branco e 7 milhões anularam o voto.
De acordo com os dados do TSE, em 483 cidades brasileiras, 18 delas capitais, as abstenções, os votos brancos e os nulos superaram as votações recebidas pelo primeiro colocado para prefeito.
Em São Paulo superaram até a soma dos votos dados ao primeiro e ao segundo colocado que disputarão o segundo turno no próximo dia 29. No total, 3,6 milhões de eleitores não escolheram um candidato a prefeitura da capital. O número é mais de duas vezes maior do que o total de votos recebidos pelo primeiro colocado no primeiro turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB), teve 1,7 milhão de votos (32,85% dos votos válidos).
O total de abstenções em São Paulo foi maior do que a soma dos votos recebidos por Covas e o candidato do PSOL, Guilherme Boullos, que também irá ao segundo turno. Os dois juntos tiveram 2,8 milhões de votos.
Em outras oito capitais os votos brancos e nulos e as abstenções também superam a votação do primeiro e do segundo colocado juntos: Porto Velho, Palmas, Natal, João Pessoa, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia,
Entre as capitais, Porto Alegre foi a campeã de abstenções, com 33,1%. Já em Vitória, Florianópolis e Manaus a proporção de eleitores que não foram votar no último domingo (15) mais que dobrou em relação à eleição passada.eleiç