Com queda de 17% na vacinação, Brasil supera Itália em mortes por 100 mil habitantes
Brasil corre o risco de terceira onda da pandemia do novo coronavírus em meio ao crescimento de novas contaminações em estados como São Paulo e Santa Catarina
Publicado: 20 Maio, 2021 - 12h18 | Última modificação: 20 Maio, 2021 - 12h21
Escrito por: Redação CUT
O Brasil superou nesta quarta-feira (19) o número de mortos pela Covid-19 da Itália, na comparação com relação ao tamanho da população dos dois países. A cada 100 mil habitantes, o novo coronavírus matou cerca de 207 pessoas no Brasil. Já na Itália, o número é de 206 vidas perdidas, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.
O país europeu é uma das regiões do mundo que mais sofreu com o impacto da pandemia e registra um total acumulado de 124.646 mortes, segundo dados do ministério de saúde italiano, enquanto no Brasil, já são mais de 440 mil mortes desde o início da pandemia. O país vive um “apagão de vacinas” contra a Covid-19 por causa de atrasos na chegada de insumos vindos da China para produção dos imunizantes e a situação não deve piorar.
De acordo o UOL feito, com base nos dados levantados pelo consórcio da imprensa, a vacinação no Brasil caiu 17% em maio. O país tem registrado menos aplicações de doses na média diária neste mês do que em abril, e com o "apagão de doses", a situação não deve melhorar.
O momento é de incerteza. A China está atrasando o envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), usado na produção da vacina, em represália aos insultos que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ao país. Falta vacinas em 322 municípios para aplicação da primeira dose e em 1.142 para a segunda dose.
Em 18 de maio, o Brasil vacinou cerca de 681 mil pessoas por dia contra a Covid-19. O número representa uma queda de 17% em relação a abril. No quarto mês do ano, a média foi de cerca de 822 mil pessoas recebendo a primeira ou a segunda dose por dia. Especialistas afirmam que o Brasil tem capacidade para vacinar cerca de 2,4 milhões de pessoas por dia, mas faltam doses de vacinas.
Estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiros ainda não completaram o esquema vacinal com a aplicação da segunda dose. O Ministério da Saúde, porém, diz que "estados que reportaram falta de doses para completar o esquema vacinal foram atendidos nas últimas pautas de distribuição" de doses.
Na Itália, porém, a vacinação já demonstra bons resultados, segundo estudo nacional que revelou que os imunizantes foram responsáveis por uma redução de 95% nas mortes causadas pela Covid-19.
Risco de terceira onda
O Brasil corre o risco de terceira onda da pandemia em meio ao crescimento de casos em alguns estados, e a lotação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), como tem se verificado em São Paulo e Santa Catarina.
O pesadelo não acaba no Brasil. O país enfrentou um dos momentos mais graves da pandemia no início desse ano, chegando a ter uma média móvel semanal de mortes acima de 4 mil mortes causados pela Covid-19 por dia.
Com a recente estabilização no número de internações e óbitos, governadores e prefeitos em vários estados do país promoveram um relaxamento nas medidas de restrição de circulação e, segundo especialistas, uma terceira onda tão letal quanto a anterior pode ser observada nos próximos meses.
Números da pandemia
O Brasil registrou 2.485 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando 441.864 óbitos pela doença até esta quarta-feira (19), segundo dados do consórcio de imprensa.
Nesta quarta, o país teve 79.706 pessoas diagnosticadas com infecção pelo novo coronavírus, totalizando 15.815.191 casos até agora.
A média móvel de sete dias do número diário de mortes no país agora está em 1.944, o que representa variação de -14% (tendência de estabilidade) nas últimas duas semanas. Os três estados com maior aumento (ou menor redução) percentual no número de mortes são Amazonas (28%) e Bahia (7%).