Escrito por: Imprensa FUP
Problema se arrasta desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia. Sem GLP, revendedoras de Salvador fecharam as portas
Após privatização ação Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, vendida pela Petrobrás a preço de banana para o fundo árabe Mubadala, Salvador se destacou por ter a gasolina mais cara do país. Agora, a Refinaria de Mataripe, antiga Rlam, volta a ser notícia negativa no estado porque reduziu a produção de gás de cozinha (GLP) e provocou desabastecimento do produto na região.
Segundo a Associação de Revendedores de Gás da região, cerca de 60% das revendas estão sem o produto. O problema vem se arrastando desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, e Itabuna, ao sul do estado. Revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe.
A Rlam era a principal fornecedora de derivados do Nordeste e respondia por 14% da capacidade de refino no Brasil.
Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), que lutaram contra a privatização por causa dos prejuízos que isso representa para os trabalhadores, a população e para a economia do estado, criticaram duramente a falta do GLP nas revendas.
“A escassez do produto é inadmissível. A FUP e o Sindipetro da Bahia sempre alertaram para o equívoco da privatização das refinarias da Petrobrás, que leva à criação de monopólios regionais, em detrimento do consumidor brasileiro, sujeito a reajustes abusivos de preços dos combustíveis e à escassez de produtos”, destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar.
E estamos falando de um produto cujos preços dispararam na gestão Bolsonaro, chegando a custa R$ 160 em algumas cidades brasileiras. Na média mundial, o botijão de gás no Brasil é 25% mais caro que a média mundial.
Levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção Federação Única dos Petroleiros-FUP), com base em preços acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, durante o governo Bolsonaro, o gás de cozinha aumentou 96,7% nas refinarias, enquanto a inflação acumulou 24,9% e o salário mínimo subiu 21,4% no período.