Escrito por: Redação CUT
Além dos salários atrasados há 40 dias, motoristas e cobradores que entram nesta terça no segundo dia de greve, reivindicam reajuste de salários
Os trabalhadores do transporte público de Teresina (PI) estão em greve há dois dias reivindicando pagamento de salários atrasados, em alguns casos há mais de 40 dias, reajuste salarial e a assinatura de uma nova convenção coletiva de trabalho.
Nesta terça-feira (14), motoristas e cobradores fizeram ações em vários pontos da capital do Piauí, como nas paradas de ônibus da Praça da Bandeira, Praça Saraiva e Praça do Fripisa.
A categoria reivindica reajuste de 20% nos salários -atualmente, os motoristas ganham R$ 2 mil e os cobradores R$ 1.302,00.
Também exige aumentos do auxílio-alimentação de R$ 170 para R$ 600, e da assistência à saúde de R$ 70 para R$ 80.
Os trabalhadores querem, ainda, receber 60% do salário no dia 5 de cada mês e o restante (40%) com o ticket e o plano no dia 20.
Os motoristas e cobradores não têm recursos sequer para ir até o trabalho porque não receberam os salários, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Teresina (Sintetro), Antônio Cardoso, justificando a paralisação forte que atinge a maioria da categoria e espontânea.
"Não estamos indo em garagem impedir saída de carros, é o trabalhador mesmo que não está indo trabalhar. Alguns deles estão há 44 dias sem receber, desde fevereiro, tem cinco empresas nessa situação. E o nosso salário é o mesmo desde 2019", afirmou Antônio Cardoso.
Proposta recusada
Para tentar acabar com a greve, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) fez uma oferta de aumento de salário que não foi aprovada pelos trabalhadores.
Sem salários, a categoria decidiu cruzar os braços até as empresas aceitarem um acordo e, desde quarta-feira da semana passada (8), motoristas e cobradores de Teresina estavam paralisando as atividades de algumas das empresas de ônibus por até 3h, duas vezes por dia. Nesta segunda, entraram em greve.
Audiência de conciliação
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) fez uma reunião de conciliação na sexta-feira (10) para tentar chegar a um acordo, mas as partes não se entenderam. Participaram da reunião no TRT representantes do sindicato dos trabalhadores, do sindicato das empresas, da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e da Prefeitura Municipal de Teresina (PMT).
O Setut divulgou uma nota dizendo que propôs reajuste de 6% nos salários (a inflação está em 5,7%), 20% no auxílio-alimentação e 33% na assistência à saúde, mas a proposta não foi aceita pelos trabalhadores.
Conforme a legislação, durante o movimento trabalhista, até 70% da frota pode ficar parada, havendo a obrigatoriedade de circulação de pelo menos 30%. Em caso de descumprimento, o sindicato dos trabalhadores pode ser punido com multa. A Prefeitura, através da Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans), contratou uma frota veículos alternativos, para compensar a falta dos ônibus regulares.