No Brasil, desemprego é o maior desde 2012
Resultado do golpe: de 2014 a 2017, média anual de desempregados passou de 6,7 milhões para 13,2 milhões, um aumento de 97%
Publicado: 31 Janeiro, 2018 - 13h28 | Última modificação: 28 Fevereiro, 2018 - 18h20
Escrito por: Tatiana Melim
A taxa média anual de desemprego no Brasil subiu de 11,5% para 12,7% entre 2016 e 2017. É a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) foram divulgados nesta quarta-feira (31).
A média de desempregados pulou de 6,7 milhões para 13,2 milhões, um aumento de 97%, entre 2014, quando a taxa de desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), e 2017.
No mesmo período, que coincide com a ruptura democrática vivida no País, foram perdidos 3,3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, sendo um milhão a menos somente de 2016 para 2017, depois que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) assumiu o poder depois de dar um golpe de Estado.
Com Temer, o que subiu foi a informalidade. O número de trabalhadores por conta própria aumentou em 1,1 milhão de pessoas (4,8%) em 2017, em comparação ao mesmo período de 2016.
Os números do IBGE confirmam o que a CUT vem denunciando desde que o ilegítimo Temer assumiu o poder sem voto, diz o presidente da Central, Vagner Freitas.
“Os golpistas não têm projeto econômico nem político para o Brasil. Deram um golpe para acabar com o emprego com carteira assinada e destruir os direitos sociais e trabalhistas, atingindo em especial a população mais pobre, que depende das políticas públicas do Estado para sobreviver com o mínimo de dignidade,” diz Vagner.
O presidente da CUT disse ainda que, ao contrário do que venderam para a população, a reforma Trabalhista não gera empregos. “Pelo contrário, gera aumento da informalidade, do bico, das condições precárias de trabalho. O que é desastroso para a economia e para a renda e qualidade de vida das famílias brasileiras”.
A técnica do Dieese, Adriana Marcolino, reforça a análise do presidente da CUT, ressaltando que esse período de crise econômica, que já dura três anos, e o aumento do desemprego resultaram no achatamento dos salários dos trabalhadores e das trabalhadoras.
“Em janeiro de 2015, o salário dos admitidos equivalia a 95% do salário dos demitidos. Em dezembro de 2017, essa relação caiu para 87%”, explica Adriana.
“Esse cenário é o que concretamente os trabalhadores e as famílias sentem e que está refletido nas falas da população, quando lamentam que a condição de vida piorou com a crise e de que não houve melhora significativa em 2017”.
Segundo o presidente da CUT, faltam políticas públicas direcionadas para a criação de empregos decentes, além de uma retomada consistente da economia, com uma política econômica sólida e um projeto de desenvolvimento sustentável.
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