Escrito por: Redação RBA
Reduzir afastamento por infecção ou estresse é um desafio para os gestores de saúde, como mostra o professor de psiquiatria da USP Ricardo Amaral
O sistema de saúde está entrando em colapso em todo o país por causa da covid-19. Não bastasse o crescente número de pacientes que pressiona o sistema, há ainda o afastamento dos profissionais de saúde, o que agrava o quadro dos impactos da pandemia no país. No estado de São Paulo, 7 mil trabalhadores de saúde pública estão afastados por casos suspeitos ou confirmados da doença. E há ainda os afastamentos por estresse.
O quadro de afastamento revela que para vencer a pandemia é preciso também cuidar dos profissionais de saúde. Em muitas circunstâncias, esses profissionais têm que lidar com uma doença nova em meio à falta de equipamentos de proteção. O medo da contaminação é real.
O canal no YouTube O Planeta Azul entrevistou o professor do Instituto de Psiquiatria da USP, Ricardo Amaral, que fala sobre como esses profissionais lidam com o estresse e outros desgastes provocados pela pandemia e os perigos dessa nova realidade da saúde.
Há muitos fatores que devem ser trabalhados para reduzir o estresse dos trabalhadores de saúde. O professor destaca em primeiro lugar os treinamentos, a preparação de leitos e de pessoas de atendimento.
Os equipamentos de proteção individual também são fundamentais porque garantem mais segurança na exposição do profissional ao risco de infecção. Há também questões importantes relacionadas à jornada de trabalho, explica o professor. “É preciso ter um desenho claro, e pessoas que estejam preparadas para substituir possíveis faltas. É comum o profissional, depois de um plantão de 12 ou 24 horas não saber se vai contar com alguém para substituí-lo”, afirma.
Ele diz também que outra questão chave é a comunicação. “As pessoas precisam ter orientação clara. E além de receber informação precisam ter canais abertos para esclarecimento de dúvidas, até para eventualmente falar de situações de desgaste, problemas que foram observados”, afirma, lembrando que a medicina sempre evoluiu historicamente diante dos problemas e desafios.
Confira a entrevista: