Escrito por: Monyse Ravena / CUT-PE
Líderes de movimentos populares e dirigentes nacionais da CUT contribuíram no debate
A 14ª Plenária e Congresso Extraordinário Estadual da CUT-PE encerrou-se neste sábado e foi marcada por intensos debates políticas sobre a conjuntura nacional e estadual e também o papel das reformas que estão sendo realizadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
João Paulo Rodrigues, dirigente da Frente Brasil Popular e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), chamou atenção para a ação do imperialismo na América Latina e, por outro lado, para o papel que o Papa Francisco tem tido no mundo e no interior da igreja Católica. Falando do Brasil, ele apontou o cenário de extrema polarização política, “Na crise política e econômica acabou o centro político, ou você está num campo de esquerda ou de direita, o centro desapareceu.”.
A secretaria de Relações de Trabalho da CUT, Graça Costa, alertou para necessidade de nos prepararmos para novos ataques aos direitos sociais, “além da Reforma da Previdência que está tramitando e é um ataque muito frontal a tudo que conquistamos, a Reforma Trabalhista e a Terceirização sem limites que já foram aprovadas, ainda estamos esperando mais”, disse ela.
“O golpe está em pleno curso e tem uma característica econômica, o golpe quer explorar cada vez mais os trabalhadores e expropriar o meio ambiente”, Carmem Foro, Vice-Presidenta da CUT nacional também chamou atenção para necessidade de continuar disputando a narrativa do golpe na sociedade e também da urgência de “eleger companheiros comprometidos com os trabalhadores e trabalhadoras para contribuir na luta no Parlamento”, concluiu Graça.
Ainda falando sobre o impacto do golpe no Brasil, Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT MG, afirmou que estamos vivendo uma mudança estrutural que irá afetará as próximas gerações e reforçou a necessidade da disputa do imaginário da população em torno do golpe. “Eles estão escrevendo uma nova constituição, modelando o estado brasileiro na sua perspectiva de Estado, destruindo a CLT, privatizando tudo que pode ser privatizado”, destaca.
Beatriz também lembra que o governo ilegítimo de Temer está enfraquecendo os Bancos Públicos, “que cumprem tarefas sociais que esse novo governo não aceita”, assim como destacou a Reforma da educação que “faz com que o Brasil tenha uma divisão de classe na educação” e a destruição do SUS. Apesar do cenário de crise a sindicalista concluiu afirmando, “eu acho que o momento agora é de acumular força para interferir e alterar os planos da elite brasileira”.
Os delegados e delegadas eleitos na 14ª Plenária Estadual - Congresso Estadual Extraordinária da CUT-PE seguirão para a Plenária Nacional levando um conjunto de propostas construído e aprovado democraticamente na ocasião. As proposições devem compor o novo plano estratégico da organização para enfrentar os desmontes dos direitos da classe trabalhadora em curso, tendo em vista a construção de uma nação mais justa e fraterna.
O encontro ocorre em São Paulo (SP), de 27 a 30 de agosto, e contará com a participação de centenas delegados de todo o país, sendo 34 lideranças sindicais filiadas à CUT-PE, das áreas urbanas e rurais, dos setores privados e públicos, entre elas, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
A Plenária estadual contou com a participação de mais de 300 pessoas que debateram e construíram diretrizes e proposições tomando como base a atual conjuntura política nacional e internacional de crescimento de setores ultraliberais e conservadores da sociedade e a consequente extirpação dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e a minimização do Estado. Na ocasião, foram aprovadas dezenas de propostas, que juntamente às contribuições dos demais congressos estaduais, devem basear a elaboração do novo Plano de Ação da CUT-Nacional.
Para o presidente da CUT-PE, Carlos Veras, o resultado da plenária é positivo. “Foi um momento bastante rico em debate e construção de propostas. Saímos daqui com as esperanças renovadas e com a certeza de que, apesar das sucessivas derrotas impostas pelos golpistas, a união de toda a classe trabalhadora nos garantirá a vitória”, acredita.