Escrito por: Redação CUT
Inconformados com o controle de Anderson de Carmo sobre as finanças da família, sua esposa, a pastora Flordelis, seus filhos e neta teriam mandado matar o pastor
Um júri popular começou nesta segunda-feira (7) a julgar a deputada cassada pela Câmara Federal e pastora Flordelis dos Santos de Souza (ex-PSD-RJ), acusada do assassinato do marido, o também pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019. Ele foi morto com 30 tiros na garagem da sua própria casa, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, aos 42 anos de idade. Flordelis, que estava junto com o marido na hora do crime, disse que eles sofreram uma tentativa de assalto, o que para a polícia não ocorreu.
Para a promotoria, Flordelis e seus filhos adotivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva; Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica da pastora, e Rayane dos Santos Oliveira, neta da ex-deputada, praticaram homicídio triplamente qualificado com emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Outras seis pessoas já foram julgadas e presas pelo crime. Veja abaixo.
Flordelis, hoje com 61 anos, casou com Anderson em abril de 1998. Antes da união com a pastora ele foi seu filho adotivo e genro, pois namorou a filha biológica dela, Simone. O casal dizia ter 55 filhos, sendo três do primeiro casamento de Flordelis; outro, fruto da segunda união, e mais 51 adotivos.
Segundo a polícia, a pastora teria tentando, em 2018, envenenar Anderson colocando arsênico e cianeto em sua comida. Ele chegou a ser atendido algumas vezes em hospitais com crises de vômito e diarreia.
A defesa da ex-deputada acusa Anderson de abusar sexualmente de Simone, filha biológica de Flordelis, contratar prostitutas e frequentas casas de swing.
Em virtude da complexidade do caso não há previsão para o término do julgamento, no Tribunal do Júri de Niterói.
Filhos e amigos condenados
Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, por ter confessado ser o autor dos disparos, teve a pena reduzida pela Justiça de 33 anos para 29 anos, três meses e 20 dias de prisão. Além do homicídio, ele foi condenado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, associação criminosa armada e uso de documento falso.
Já Lucas Cezar, filho adotivo, foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado, por suspeita de ter conseguido a arma do crime. A pistola foi encontrada na casa da ex-deputada.
Filho afetivo de Flordelis, Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado a dois anos, dois meses e 20 dias em regime semiaberto, pelo crime de associação criminosa armada. Hoje ele está em liberdade condicional concedida pela Justiça.
Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico, foi condenado a quatro anos, seis meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto por associação armada e uso de documento falso.
Outros condenados pelo mesmo crime de Adriano foram: Andrea Santos Maia e o marido dela, o ex-PM Marcos Siqueira Costa, que eram amigos da família. Ela recebeu uma pena de quatro anos, três meses e dez dias em regime semiaberto, enquanto o ex-PM foi condenado a cinco anos e 20 dias de prisão em regime fechado.
Com informações do UOL