Escrito por: Redação CUT

Comissão de Ética da Alesp aprova cassação de ‘Mamãe Falei’

Após sessão tumultuada, processo segue para votação no Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Deputado perderá o mandato se maioria dos 94 parlamentares votar a favor do projeto

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Os dez membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovaram a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), o “Mamãe Falei”.

A cassação depende dos votos a favor da maioria dos 94 parlamentares e tem de ser votada no plenário da Alesp em sessão ainda a ser agendada. Se for cassado, Mamãe Falei pode ficar inelegível por oito anos.

Um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), cuja militância foi à Alesp tentar tumultuar a sessão, portando cartazes e gritando contra a cassação, o deputado responde processo aberto após áudios machistas sobre refugiadas ucranianas terem vazado no início de março, durante viagem que ele fez para, supostamente, tratar de ajuda humanitária ao país.

Os apoiadores do deputado também tentaram impedir a entrada de pessoas que participaram da sessão. Entre elas, tiveram dificuldades para entrar no Conselho um grupo de mulheres ucranianas.

Entenda o caso

Arthur do Val viajou à Ucrânia no dia 28 de fevereiro, com Renan Santos, um dos dirigentes do MBL. Eles foram até o leste europeu para acompanhar a guerra do país comandado por Volodymyr Zelensky contra a Rússia, de Vladimir Putin.

No dia 4 de março, áudios de cunho machista do deputado vieram à tona. Momentos depois, o ex-juiz Sérgio Moro foi às redes sociais para romper com o então colega de partido e dias depois saiu do Podemos, mesmo partido de Mamãe Falei, que também ssaiu do Podemos, partido pelo qual concorreria ao governo do estado de São Paulo. Agora, Mamãe Falei está filiado ao União Brasil. E caso não seja cassado, deve se candidatar a deputado federal.

Nos áudios vazados que enviou a amigos, o deputado disse: “Você nunca pode ir para cidades com as melhores baladas, tem que ir pra cidades normais. Você pega as minas no mercado, na padaria (…) As cidades mais pobres são as melhores (…) São quatro barreiras alfandegárias. Foram 12 policiais deusas, que você casa (…) E detalhe, elas olham. São fáceis, porque elas são pobres”, disse do Val após viagem ao país em conflito, onde “ajudou” milicianos locais a preparar coqueteis molotov.