Escrito por: Redação CUT
Privatizadas, as linhas 8 e 9 da CPTM, em SP tem apresentado várias falhas. É a segunda vez que Secretaria de Transportes Metropolitanos autua a concessionária desde que assumiu o controle das operações
As várias falhas e problemas apresentados nas linhas de trem 8- Diamante e 9-Esmeralda, em São Paulo, levaram a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) a multar, mais uma vez, a Via Mobilidade, concessionária que administra as linhas desde janeiro quando foram privatizadas, em R$ 3,6 milhões. Em março, a concessionária já havia sido multada em outros R$ 4,3 milhões por não respeitar procedimentos operacionais e interromper serviços.
Entre as falhas apresentadas – problemas que afetam mais de um milhão de pessoas que usam o transporte todos os dias – estão de acidentes como descarrilamentos, incêndios, o aumento do intervalo de tempo entre os trens, falhas nas aberturas de portas até a falta de uma operacionalidade e eficiência que facilite o acesso como os tickets com QR Code nas bilheterias e catracas, sistema que gera dificuldades para os usuários.
A deterioração da qualidade do serviço prestado é resultado de um processo de privatização feito a toque de caixa pelo ex-governador João Dória (PSDB-SP), que ‘vendeu’ as linhas por R$ 980 milhões à concessionária. Como em todo processo de privatização de serviços públicos, as empresas que assumem priorizam lucro em detrimento das funções sociais de cada serviço. Além de aumentar tarifas, no caso dos trens, o resultado é o aumento da superlotação dos trens, atrasos e falta de segurança para quem ‘se espreme’ nos vagões todos os dias para ir e voltar do trabalho.
E, de acordo com sindicalistas ouvidos pelo PortalCUT, a tendência é piorar cada vez mais. Eles também denunciam as más condições de trabalho no sistema. “Denunciamos a precarização da mão de obra, a diminuição do quadro de trabalhadores, o excesso de jornada e a falta de investimentos para manutenção. Tudo isso piora o atendimento para a população, diz Múcio Alexandre Bracarense, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil ( STEFZCB), ligado à CUT.
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Multa
De acordo com informações divulgadas pelo portal da STM, a multa aplicada em março deste ano, se deu após a instauração de processos administrativos sancionadores, em razão de descumprimentos de procedimentos operacionais e da interrupção da prestação do serviço.
“A concessionária apresentou defesa dentro do prazo estipulado, que está sendo analisada pela pasta”, diz a nota.
Segundo a STM, no contrato de concessão há obrigações e deveres para garantir o desempenho e, quando não cumpridos, preveem a aplicação de penalidades. O órgão é responsável pelo monitoramento e acompanhamento de todas as concessões feitas pela pasta.