Confira 10 razões para protestar contra Jair Bolsonaro neste 7 de setembro
A inflação, a fome, o desemprego, as mortes por covid, o custo dos alimentos e combustíveis, o fim do auxílio emergencial, a corrupção, a destruição do meio ambiente estão entre as causas para ir aos protestos
Publicado: 07 Setembro, 2021 - 08h30 | Última modificação: 07 Setembro, 2021 - 09h01
Escrito por: Rosely Rocha
Os brasileiros e brasileiras devem ir às ruas para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), nesta terça-feira (7). Já são mais de 200 cidades que confirmaram manifestações ao longo deste dia.
Motivos para ir às ruas não faltam. Bolsonaro é o pior presidente que o país já teve, e hoje 63% dos brasileiros consideram o seu governo ruim ou péssimo. Sem gestão e sem rumo, o país segue com inflação em alta, recordes de desemprego e com imunização contra a covid-19 em marcha lenta. Até agora apenas pouco mais de 31% da população brasileira obteve a segunda dose da vacina.
Para tentar esconder a sua incompetência na condução do Brasil na economia, no combate à pandemia do coronavírus, que matou quase 600 mil pessoas, e para tentar abafar os casos de corrupção envolvendo os seus quatro filhos: Flávio, Eduardo, Carlos e Renan, nos esquemas das rachadinhas e outros negócios escusos, o presidente da República, vem atacando sistematicamente o regime democrático com ameaças de invasões ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o fechamento do Congresso Nacional, conclamando seus seguidores de extrema direita a participarem de atos antidemocráticos.
Contra essas ameaças a CUT, demais centrais, e diversas organizações decidiram participar do Grito dos Excluídos, realizado todo ano no Dia da Independência do Brasil. Até às 15 horas desta segunda (6) estavam confirmados 214 atos contra Bolsonaro. Veja no mapa.
Confira 10 razões para ir às ruas contra Bolsonaro
01 – A volta da inflação
A inflação nos últimos 12 meses (julho de 2020 a julho de 2021) atingiu 8,99%, Somente para este ano de 2021, as projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 7,58%, fazendo o trabalhador perder o poder de compra e as famílias brasileiras ficarem cada vez mais endividadas. 71,4% das famílias estão atoladas com contas a pagar. Também, pela segunda vez consecutiva, houve alta na inadimplência.
02 - Alta nos preços dos alimentos
Os preços do arroz, do óleo de cozinha, entre outros alimentos, dispararam deixando o prato do brasileiro mais magro. A previsão de economistas do mercado é que neste ano, a alta continuará para o preço da carne de boi (17,6%), seguida da de porco (15,1%) e de frango (11,8%). O ovo de galinha também deve subir (7,6%). Somente no ano passado a carne suína subiu 29,5%; o frango (17,1%); a carne bovina (16,2%); e o ovo (11,4%).
03 - O Brasil de volta ao Mapa da Fome
O Brasil havia saído do Mapa da Fome, em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT). Com Bolsonaro, quase 50 milhões de brasileiros passam fome ou não comem o suficiente. Entre 2018 e 2020, 7,5 milhões de brasileiros passaram ao menos um dia inteiro sem se alimentar. Quase um quarto dos brasileiros (23,5%) passou por insegurança alimentar moderada (dificuldade e restrição no acesso a alimentos – não faz as 3 refeições por dia), entre 2018 e 2020, o que significa ao todo 49,6 milhões de pessoas. O número de pessoas em insegurança alimentar grave (7,5 milhões ) é quase o dobro do que se verificava entre 2014 e 2016, quando 3,9 milhões de brasileiros passavam por essa situação.
04- Aumentos dos combustíveis, gás de cozinha e contas de luz
O litro da gasolina já está em R$ 7 e o botijão de gás de cozinha de 13 quilos teve reajustes de mais de 60% no governo Bolsonaro, chegando a R$ 130, em algumas cidades do país. O governo Bolsonaro criou a bandeira tarifária ‘crise hídrica’ e reajustou em mais de 100% seu valor entre julho e setembro deste ano. Desde a semana passada, a taxa extra por cada 100 quilowatts consumidos subiu para quase R$ 15,00.
05 - Desemprego recorde
A taxa de desemprego do trimestre móvel de abril a junho de 2021 foi de 14,1%, atingindo 14,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pand-Contínua/Mensal), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de pessoas trabalhando por conta própria é recorde, com 24,8 milhões de pessoas.
A taxa de informalidade também subiu para 40,6% da população ocupada do país e atinge 35,6 milhões de trabalhadores.
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas é de 7,5 milhões de pessoas.
Se somarmos todos os trabalhadores ocupados em situação precária, o país tem 43,5 milhões de pessoas sem direitos básicos como férias e 13º salário.
06- Corte no auxílio emergencial
Bolsonaro reduziu a quantidade de pessoas com direito ao auxílio emergencial e o valor do benefício. Passaram a receber apenas pessoas que moram sozinhas (R$ 150 por mês), as mulheres chefes de família (R$ 375 por mês) e os famílias com mais de duas pessoas (R$ 250 a cada mês). Antes, graças ao Congresso Nacional porque Bolsonaro queria dar só R$ 200, os valores eram de R$ 600 e de R$ 1.200 para mães solo.
07 – Fim da Política de Valorização do Salário Mínimo
Bolsonaro acaba com a Política de Valorização do Salário Mínimo, criada por Lula, em 2003. Com o fim desta política, aposentados e pensionistas não terão mais aumento real. Neste ano, o piso nacional (R$ 1.100) ficou abaixo da inflação, com reajuste de 5,26%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior foi de 5,45%.
08 – Corrupção no Ministério da Saúde
As denúncias de compra de vacinas Covaxin e Astrazeneca em que funcionários e militares que atuam no Ministério da Saúde pediram propina para negociar a compra, mostra do que ao contrário do que diz o presidente, há casos de corrupção dentro do seu governo. E Bolsonaro foi alertado da corrupção e nada fez. Prova disso que é a Polícia Federal investiga, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), se Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin. Até o último domingo (5), 583.628 pessoas morreram de Covid no país, segundo o consórcio de imprensa.
09 – Rachadinhas da família Bolsonaro
Além do senador, Flávio Bolsonaro, acusado de promover a ‘rachadinha’ em seu gabinete quando era deputado estadual do Rio de Janeiro, o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, foi denunciado pela prática de pedir devolução de parte de salários dos seus assessores, quando era deputado federal. Gravações divulgadas pelo UOL, revelam que o presidente participava diretamente do esquema ilegal de rachadinha ,de 1991 a 2018. Os áudios integram os autos da investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Nalu Vaccarin / MGiora10- Reforma da Previdência
A reforma da Previdência, em 2019, aumentou o tempo de contribuição; reduziu o valor a ser recebido; viúvas só receberão 60% do benefício e seus filhos 10% cada um; obrigou a uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, e determinou que o teto do benefício seja pago somente após 40 anos de contribuição, além de diversas maldades.