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Conflito na fronteira entre Venezuela e Colômbia será tema de conferências

Conferências internacionais vão debater os desdobramentos na geopolítica latino-americana e mundial que tem consequências imprevisíveis,

Publicado: 04 Maio, 2021 - 11h57 | Última modificação: 04 Maio, 2021 - 12h11

Escrito por: Edneide Arruda, do Brasil Popular

Divulgação
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Fronteira entre Colômbia e Venezuela

A situação de conflito na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela e seus desdobramentos na geopolítica latino-americana e mundial, com consequências imprevisíveis, serão temas de três conferências internacionais, que acontecerão nos dias 8, 15 e 22 de maio, sob a organização do Centro Auto gestionário de Solidariedade entre a Área Latina (Casal) – núcleo Venezuela, e a coordenação da Equipo de Formacion, Informacion y Publicaciones (EFIP).

 As conferências terão como convidados painelistas de vários países, que deverão apresentar um panorama dos temas específicos, tendo como pano de fundo o aprofundamento de pelo menos três aspectos: a) o conflito bélico iminente (ou já em curso) na fronteira e suas consequências dentro do contexto geopolítico atual, b) o cerco (bloqueio) econômico que sufoca a Venezuela, sobretudo frente ao desafio da segurança alimentar do povo venezuelano, e c) a construção de uma rede de comunicação alternativa que seja capaz de informar e debater os temas desde uma visão da necessária autodeterminação e da solidariedade entre os povos.

 Os debates serão feitos por meio de reuniões remotas pela plataforma Zoom, e contarão com a participação de ativistas dos movimentos sociais brasileiros e de países do continente latino-americano e da Europa, preocupados em compreender o contexto e para definir estratégias e narrativas que ajudem a apoiar o governo e o povo da Venezuela, com vistas a garantir sua soberania e fortalecer sua resistência, frente ao ataque do imperialismo.

 O Conflito

 Desde o dia 20 de março deste ano, a Venezuela enfrenta, por meio da Força Armada Bolivariana (Fand), uma invasão de grupos armados irregulares da Colômbia, no Estado de Apure, localizado na fronteira Sul – que divide a Venezuela e a Colômbia.

 De acordo com reportagens produzidas pelos meios de comunicação da Colômbia e da Venezuela, a região de Arauca é disputada tanto por grupos armados como pelo narcotráfico. Trata-se de uma área de 10 mil quilômetros quadrados, situada entre Apure (Estado da Venezuela) e Arauca (Departamento da Colômbia).

 De acordo com o portal Brasil de Fato (05/04/2021), esse confronto já gerou 17 mortes, 39 feridos e 33 processos, pelo tribunal militar venezuelano. Segundo o Ministério de Relações Exteriores da Colômbia e de autoridades da Venezuela, pelo menos 3,5 mil venezuelanos se viram obrigados a cruzar o rio Arauca.

 ONU é acionada

 Para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, os grupos irregulares são acobertados pelo governo de Iván Duque, da Colômbia, com o fim de gerar um conflito armado. E, temendo que esse conflito tome proporções mais complexas, o governo da Venezuela enviou uma carta ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pedindo que intervenha no confronto armado na fronteira entre os dois países.

 Na carta, o embaixador da Venezuela, Samuel Moncada, afirma que a “Colômbia decidiu retomar a guerra”. Segundo o vice-presidente de Segurança e ministro de Defesa da Venezuela, General Vladimir Padrino López, o conflito é uma estratégia de guerra terceirizada pela Colômbia. Para Padrino, o alvo dos paramilitares vinculados ao narcotráfico, seriam bases militares, sedes da companhia elétrica (Corpoelec) e a estatal petroleira PDVSA.

 “Depois que os Acordos de Paz foram rompidos por falta de políticas públicas do governo, houve muitas cisões nos grupos armados colombianos. Não é falta de aptidão. É um interesse de que o conflito permaneça para manter o acesso a recursos e tecnologia militar oferecida pelo imperialismo”, denunciou em Brasil de Fato.

 Todo esse estado de ameaças, intranquilidade e sofrimento das populações atingidas são motivo de preocupação para a EFIP e o Casal – este, coletivo criado há mais de 25 anos, comprometido com as lutas emancipatórias dos países latinos, e que está organizado em núcleos no Brasil, Espanha, Itália, Argentina, Venezuela e Cuba, tendo, além de pessoas de referência em outros países.

Programação das Conferências Internacionais: