Congresso da CUT reforça luta contra o golpe
“A imprensa e as elites já noticiaram que tudo está perdido, mas nós achamos que um outro mundo é possível”, afirma Vagner Freitas, presidente da Central
Publicado: 28 Agosto, 2017 - 17h42 | Última modificação: 29 Agosto, 2017 - 12h12
Escrito por: Igor Carvalho
Ocorreu, na noite desta terça-feira (28), a cerimônia de abertura do Congresso Extraordinário e Exclusivo. O ritual emocionou 800 delegadas e delegados de todo o Brasil e de 27 países, que vieram à São Paulo para o evento.
Comandada pela Companhia de Teatro Ouro Velho, a cerimônia celebrou os 100 anos da primeira greve geral no Brasil e narrou todas as lutas e conquistas da classe trabalhadora neste século.
“Eu participei de todos os Congressos da CUT e posso dizer que essa é a cerimônia mais bonita e emocionante que vi. Eu sempre quis que a CUT conseguisse conciliar arte e política, hoje conseguiram”, elogiou o ex-presidente da Central, João Felício.
Em seguida, cada um dos 27 estados homenageou diversas pessoas que lutaram pela classe trabalhadora. Entre os citados estavam o seringueiro Chico Mendes, a psiquiatra Nise de Oliveira, o trabalhador rural Nativo da Natividade, o antropólogo Darcy Ribeiro, Margarida Alves, entre outros.
Lula e a CUT
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, abriu oficialmente o Congresso da entidade celebrando os 34 anos da Central e lembrando “o líder que é a cara do povo brasileiro."
“O ódio que as elites têm do Lula é que o Lula mostrou que a classe trabalhadora não nasceu para ser capacho da burguesia. É por isso que ele é perseguido. Eles querem fazer uma eleição sem o Lula. Eleição sem o Lula é fraude”, afirmou Freitas.
Em seguida, o presidente CUTista falou sobre o encontro nacional da Central. “Esse Congresso é para que vocês saiam daqui energizado para a luta diária nas ruas. A imprensa e as elites já noticiaram que tudo está perdido, mas nós achamos que um outro mundo é possível. Esse Congresso vai levantar a moral da nossa tropa.”
Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT agradeceu a presença dos delegados. “Nossa militância foi maravilhosa, organizando encontros excelentes nos estados. Essa semana vai marcar a classe trabalhadora brasileira que vai colocar a CUT no caminho da luta contra o golpe.”
A luta de classes
No palco, grande parte da Direção Nacional da CUT, representantes dos movimentos sociais e das demais centrais sindicais. Entre os discursos, um fator comum: o reconhecimento do acirramento da luta de classes.
A vice-presidenta nacional da CUT, Carmen Foro, celebrou os 34 anos da CUT. “Viva a maior central sindical da América Latina”. Em sua fala, a dirigente analisou o atual cenário político do país.
“Nós fomos chamados para um momento de profunda reflexão sobre o futuro de nossa organização e da nossa luta. Eu tenho certeza que de tudo que vamos aprovar nesse Congresso, tem questões que serão grandes desafios. Um deles é melhorar nossa compreensão da luta de classes”, afirmou Carmen, que fez um recorte racial em sua fala.
“Nós não podemos em um ambiente de profunda desigualdade, achar absolutamente natural que os jovens negros sejam exterminados nas periferias de nossas cidades. Não podemos achar natural que nos nossos espaços de debate, não se fale da morte da juventude negra, sendo que esta é a maioria da população brasileira”, encerrou Carmen.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, lembrou que “durante os 34 anos de sua existência, a CUT se caracterizou pela defesa da classe trabalhadora” e também chamou a atenção para a defesa da das camadas mais pobres da população.
“Nunca tivemos um acirramento da luta de classes como agora. Há um acirramento da retirada de direitos. Em menos de um ano e meio desde que eles deram o golpe, destruíram a CLT e agora estão vendendo o Brasil em um saldão”, encerrou Gleisi.