Escrito por: Cecília Negrão, SPBancarios

Conquistas dos bancários na campanha salarial vão injetar R$ 14,2 bi na economia

Segundo o Dieese, somente a PLR injetará cerca de R$ 8,7 bilhões na economia. Já o reajuste salarial vai implicar na injeção de mais R$ 4,2 bilhões

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Os reajustes conquistados pelos bancários na campanha salarial deste ano, tanto nos salários quanto nos benefícios, representarão um impacto de R$ 14,2 bilhões na economia brasileira, segundo dados preliminares calculados pelo Departamento Intersindical de  Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese).

Somente a PLR injetará cerca de R$ 8,7 bilhões na economia. O reajuste salarial vai implicar na injeção de mais R$ 4,2 bilhões.

Restaurantes, lanchonetes e supermercados de todo o país também terão um alívio com a injeção de outros R$ 10,7 bilhões, referentes ao reajuste dos vales refeição e alimentação e 14ª cesta de R$ 1 mil nos próximos 12 meses, acréscimo de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 455 mil referente ao abono assegurado da 14ª cesta.

“Esses mais de R$ 14 bilhões aquecem a economia: do bolso dos bancários para o consumo. Isso gera efeito multiplicador da renda, que favorece a criação de empregos, ou seja, beneficia toda a sociedade brasileira”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban (federação dos bancos).

“O papel dos trabalhadores nas suas negociações coletivas vai além do benefício da sua categoria. Há um compromisso com a sociedade. A melhoria na remuneração dos bancários amplia a distribuição de renda e força a discussão da valorização do salário mínimo, que foi menosprezada pelo atual governo”, acrescenta a dirigente.

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Confira detalhes do acordo de 2 anos fechado pelos bancários

O acordo da categoria bancária será de dois anos e, em 2022, garante 8% de reajuste nos salários, reajuste de 10% no VA e VR, refletindo o aumento maior dos preços dos alimentos no país (ganho real estimado de 1,08%), abono em 14ª cesta alimentação de R$ 1 mil para todos, 13% de reajuste na parcela adicional da PLR (aumento real estimado de 3,83%), reposição da inflação (estimado em 8,83%) nos demais valores fixos e tetos da PLR e conquista da ajuda de custo teletrabalho para quem fica 100% home office no valor mensal de R$ 86,40.

Já para 2023, a garantia de reposição do INPC + 0,5% de aumento real para todas as cláusulas econômicas.

Além disso, todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foram mantidas e novas garantias alcançadas como a regulamentação do teletrabalho que prevê o controle de jornada, direito à desconexão, fornecimento de equipamentos para teletrabalho, promoção da saúde do trabalhador e igualdade de tratamento que inclui todos benefícios. Outros temas pactuados foram o combate à violência sexual e iniciativas de prevenção à violência contra mulher com projeto específico com entidade referência na temática.  A convenção inclui ainda a discussão sobre metas e assédio moral em reuniões específicas por banco.

“Foram negociações difíceis com a Fenaban, que começaram com os bancos apresentando propostas de reajuste rebaixadas, como a que cobria apenas 65% da inflação. Mas resistimos na mesa e mobilizamos a categoria em dias de luta por todo o país”, lembra a presidenta do Sindicato dos Bancários. 

“Mesmo em uma conjuntura desfavorável para os trabalhadores mantivemos nossos direitos e não recuamos em nenhuma conquista anteriormente prevista na nossa CCT. Além disso, com os reajustes previstos em 2022, a remuneração anual média dos bancários ficará acima da inflação para a maioria da categoria (69%)”, ressaltou Ivone Silva.