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Conselhão pode ajudar ‘a virar a página’ e propor nova pauta

"O conselho não substitui o governo, é consultivo. Mas se o governo toma atitudes ouvindo a sociedade civil, tem mais condições de acertar do que de errar", diz Vagner Freitas

Publicado: 27 Janeiro, 2016 - 15h56 | Última modificação: 28 Janeiro, 2016 - 15h35

Escrito por: Rede Brasil Atual (Eduardo Maretti) e Redação do Portal da CUT

RBA
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Vagner Freitas e Rafael Marques, ambos membros do 'conselhão'

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, inativo desde junho de 2014, volta a se reunir nesta quinta-feira (28), em Brasília. Importante fórum de debates entre o governo e todos os setores representativos da sociedade nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas pouco acionado no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, um dos representantes do movimento sindical a integrar o CDES, a reativação do órgão é “correta e coerente por parte do governo”. “Governos modernos adotam fóruns para fazer interlocução com a sociedade”, diz.

“No primeiro mandato da presidenta Dilma, não houve a oportunidade de reuniões periódicas e discussões como nos mandatos de Lula. Nós, da CUT, vamos estar lá defendendo as opiniões que temos para o Brasil sobre diversos assuntos que devem ser abordados no conselho, que esperamos seja um fórum para se encontrarem consensos e virarmos a página do Brasil”, afirma.

“A pauta do país não deve ser a do impeachment e da Lava Jato, e sim do crescimento econômico, da mudança da política econômica, investimento e mercado interno, soluções para inflação, geração de novos empregos e questões sobe seguridade social com ênfase na Previdência.”

Freitas lembra que a Previdência já tem seu próprio fórum, instituído por Dilma no ano passado, que, segundo ele, pode se reunir nos dias 17 e 18 de fevereiro. Ele se refere ao o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado por meio do Decreto nº 8.443, de 30 de abril de 2015.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, um dos temas mais urgentes a ser pautado no “conselhão” é a recuperação da indústria nacional. “É preciso uma conversa ampla entre os trabalhadores, os representantes do setor industrial e o governo”, disse Rafael em entrevista ao Seu Jornal, da TVT. Segundo ele, também integrante do novo colegiado a ser instalado nesta quinta, a retomada do setor passa por questões fundamentais da economia brasileira, como o câmbio.

O real apreciado em relação ao dólar durante muito tempo sufocou a indústria brasileira. O economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, por exemplo, considera esse o principal fator da crise da indústria do país, que, em sua opinião, começou a ser corrigido com a desvalorização da moeda nacional desde o ano passado.

É também “importantíssimo” discutir questões relativas ao financiamento para a base industrial, diz Rafael. “De onde virá (o financiamento), como realizar e chegar na ponta da produção” são temas inerentes a este debate. O regime tributário é outro ponto crucial do debate, acredita o sindicalista. “Ele é muito baseado em tributar a produção industrial. A indústria é grande empregadora, geradora de oportunidades e tecnologia e país forte é país com indústria”, diz.

Rafael Marques e Vagner Freitas lembram que o Conselhão não é deliberativo, mas um órgão consultivo. Apesar disso, pode ter papel relevante no estabelecimento de novas políticas.

“O conselho não substitui o governo. Tem caráter de aconselhamento, não é deliberativo, é consultivo. A presidenta toma a decisão se acata ou não. Mas quando o governo toma atitudes respaldadas ouvindo a sociedade civil, tem muito mais condições de acertar do que do que de errar”, diz Vagner.

Para Rafael, apesar do caráter consultivo, o CDES tem potencial para “consertar certas coisas que, em 2014, por causa das eleições, e em 2015, por causa de crise política, vão dando a impressão de que o Brasil não tem saída e que o modelo popular que visa a um Brasil mais igual está esgotado. E não está.”

Mais democracia

Vice-presidenta da CUT e também integrante do CDES, Carmen Foro, cobra também maior democratização do espaço com mais participação de mulheres.

Trabalhadora negra e de origem rural da região amazônica, ela acredita que a desburocratização de espaços democráticos como esse é outro passo importante para refrescar a economia com novas ideias que representem o desejo da maioria da população.

“Não é possível que um espaço onde discutamos desenvolvimento econômico a participação das mulheres, maior fração da sociedade brasileira, seja tão pequena, de certa forma, sem refletir o país. São as mulheres, especialmente as negras, as mais afetadas pelo desemprego e os baixos salários”, disse.

 

CUT no conselhão

Além do presidente, Vagner Freitas, e a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, as diretoras executivas Maria Izabel Azevedo Noranha e Juvândia Moreira Leite também fazem parte do Conselhão.

 

Os integrantes do conselho
Veja abaixo os nomes dos membros do "Conselhão", conforme relação divulgada pelo governo:

ADILSON G. DE ARAUJO (CTB)
ALBERTO ERCILIO BROCH (CONTAG)
ANTONIO FERNANDES DOS SANTOS NETO (CSB)
ARILDO MOTA LOPES (UNISOL/CUT)
CARMEN HELENA FERREIRA FORO (CUT e CONTAG)
CLEMENTE GANZ LUCIO (DIEESE)
CREUZA MARIA OLIVEIRA (FENATRAD)
ELEUZA DE CASSIA BUFELLI MACARI (UGT)
JORGE NAZARENO RODRIGUES (SIND. METALÚRG. - OSASCO REGIÃO)
JOSÉ CALIXTO RAMOS (NCST e CNTI)
JOSÉ MARIA FERREIRA RANGEL (FUP-CUT)
JUVANDIA MOREIRA LEITE (SIND. BANCÁRIOS SP, OSASCO E REGIÃO-CUT)
MARCOS ROCHINSKI (FETRAF BRASIL/CUT)
MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA (SINDICATO DOS PROFESSORES DO ENSINO OFICIAL DE SÃO PAULO)
MIGUEL EDUARDO TORRES (FS)
NAIR MARIA DE JESUS GOULART (FS – BAHIA)
RAFAEL MARQUES DA SILVA JUNIOR (SINDICATO METALURGICOS DO ABC/CUT)
RICARDO PATAH (UGT e SIND. COMERC. SP)
VAGNER FREITAS DE MORAES (CUT)
WARLEY MARTINS GONÇALVES (COPAB)
ALEXANDRE JOSÉ DA CONCEIÇÃO (MST)
ANA MOSER (ATLETAS PELO BRASIL)
BISPO FLÁVIO AUGUSTO BORGES IRALA (CONIC)
CAMILA LANES (UBES)
CARINA VITRAL COSTA (UNE)
CLAUDIA MUINHOS RICALDONI (ASS. NAC. PART. FUNDOS DE PENSÃO/ANAPAR)
DOM JOAQUIM MOL (CNBB)                  
EDUARDO FAGNANI (UNICAMP)      
ELIEL BENITEZ (UFGD)
ENIO CANDOTTI (Museu da Amazônia)
FERNANDO GOMES DE MORAIS (ESCRITOR)
HELENA NADER (SBPC)  
JORGE ABRAHÃO (INSTITUTO ETHOS)
JOSÉ ANTONIO MORONI (INESC)
MARCUS VINÍCUIS COELHO (OAB)

MARIA LUCIA CAVALLI NEDER (ANDIFES)
MIGUEL ANGELO LAPORTA NICOLELIS (CENTRO DE NEUROENGENHARIA DA UNIV. DE DUKE)
PAULO SÉRGIO PINHEIRO (NEV-USP)
RICARDO BIELCHOVSKI (UFRJ)
ROGERIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE (CCT)                     
ROSANGELA PIOVIZANI CORDEIRO (MMC)
SERGIO HADDAD (AÇÃO EDUCATIVA)
TANIA BACELAR DE ARAUJO (UFPE)
VIVIANE SENNA LALLI (FUNDAÇÃO AYRTON SENNA)
WAGNER MOURA (Embaixador OIT - Personalidade Cultural) 
ABILIO DOS SANTOS DINIZ (BR-FOODS)
ANTÔNIO RICARDO ALVAREZ ALBAN (FIEB)
ARIOVALDO SANTANA DA ROCHA (SINAVAL)
BENJAMIN STEINBRUCH (CSN)
CARLOS BUCH PASTORIZA (ABIMAQ)
CARLOS FADIGAS (BRASKEM)
CLAUDIA SENDER (TAM S.A)
CLEDORVINO BELINI (FIAT CHRISLER)
DÉCIO DA SILVA (WEG)
EDSON GODOY BUENO (AMIL)
ELIZABETH DE CARVALHAES (IBÁ Indústria Brasileira de Árvores)
ERAÍ MAGGI (GRUPO BOM FUTURO)
FABIO JOSÉ SILVA COELHO (GOOGLE)
FREDERICO PINHEIRO FLEURY CURADO (EMBRAER)
GUILHERME AFIFF DOMINGOS (SEBRAE)
GUILHERME DE JESUS PAULUS (CVC BRASIL)
HEITOR JOSÉ MÜLLER (FIERGS)
HUMBERTO EUSTAQUIO CÉSAR MOTA (DUFRY e ACRJ)
JOÃO BOSCO DE OLIVEIRA BORBA (ANCEABRA)
JOÃO CARLOS DI GENIO (GRUPO OBJETIVO)
JOÃO MARTINS DA SILVA JUNIOR (CNA)
JOESLEY MENDONÇA BATISTA (J&F INVESTIMENTOS)
JORGE GERDAU JOHANNPETER (GRUPO GERDAU)
JORGE MARQUES DE TOLEDO CAMARGO (IBP)
JORGE PAULO LEMANN (AMBEV)
JOSÉ CARLOS RODRIGUES MARTINS (CBIC)
JOSÉ FELIX (AMÉRICA MOVIL)
JOSE ROBERTO ERMÍRIO DE MORAES (VOTORANTIM)
JOSUÉ GOMES DA SILVA (COTEMINAS)
LUÍS ROBERTO POGETTI (COPERSUCAR)
LUIZ CARLOS TRABUCO CAPPI (BRADESCO)
LUIZ MOAN YABIKU JUNIOR (ANFAVEA)
LUIZA HELENA TRAJANO INACIO RODRIGUES (MAGAZINE LUIZA)
MÁRCIO LOPES DE FREITAS (OCB)
MARCO STEFANINI (STEFANINI)
MURILO PINTO DE OLIVEIRA FERREIRA (VALE)
PEDRO PASSOS (NATURA)
PEDRO WONGTSCHOWSKI (CNPEM/EMBRAPII)
REGINALDO ARCURI (FarmaBrasil)
RENATO ALVES VALE (CCR)
ROBERTO RODRIGUES (Centro de Agronegócios da FGV)
ROBERTO SETÚBAL (ITAÚ-UNIBANCO)
ROBSON BRAGA DE ANDRADE (CNI)
RUBENS OMETTO SILVEIRA MELLO (GRUPO OMETTO)
SÉRGIO PAULO GOMES GALLINDO (BRASSCOM)
SYNÉSIO BATISTA DA COSTA (ABRINQ)
WILSON FERREIRA JR (ABDIB)

 

Fonte G1