Escrito por: Vanessa Ramos

Contac-CUT representa o Brasil na República Dominicana

Entidade levará experiência de luta do movimento sindical contra transnacionais

Divulgação
Presidente da Contac participa de encontro no exterior


A  Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação (Contac), filiada à CUT, participará da 15ª Conferência Regional Latinoamericanade6 a 8 de novembro, em Punta Cana, na República Dominicana.A atividade que ocorrerá na América Centralé organizada pela Uita (União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação).

Entidades do setor da alimentação de diversos países debaterão sobre a luta sindical e o compromisso na defesa dos direitos da classe trabalhadora. Será também uma oportunidade de afinar a estratégia regional frente às dinâmicas das empresas transnacionais e às formas de exploração dos trabalhadores.

Presidente da Contac-CUT, Siderlei Oliveira, avalia que a conferência ocorre em um importante momento no qual os setores conservadores de direita ressurgem nos países latinoamericanos. “Eles trazem uma tendência forte de ataque aos trabalhadores com a retirada de direitos, ao ponto que chegamos quase ao tempo da escravidão, como é o caso do Brasil”, afirma.

A conferência é também o momento, aponta Siderlei, de construir unidade e frear a política neoliberal. “Queremos aprofundar nossas alianças e articulação com sindicatos de todo o mundo porque o crescimento da direita não ocorre apenas na América Latina. Mas também sabemos que estamos vivendo um período de golpes como o que aconteceu em Honduras, no Paraguai e, mais recentemente, no Brasil. E os golpes hoje não são militares, mas se dão via parlamento, já que os representantes são em sua maioria de direita”, pontua.

O dirigente ressalta que será preciso debater a inserção de novas multinacionais e políticas empresariais que estão surgindo em alianças com esses setores conservadores. “Sabemos que o crescimento da China, por exemplo, é muito grande fora do país. Os empresários chineses se jogam no setor produtivo de outros países. Se instalam em países do terceiro mundo, como é o caso do Paraguai, invadido por empresas brasileiras e chinesas, em uma prática onde não se vê trabalho decente, só precário. E o governo, para receber estas empresas, promete não ter legislação e manter leis fortes contra o direito de greve”, relata, ao explicar os temas a serem debatidos.

Siderlei lembra, ainda, que empresas como a JBS-Friboi, considerada a maior empresa de processamento de carnes do mundo e inserida em países sul-americanos, também serão tema de debate do movimento sindical durante os três dias de conferência.