Contra a 3ª onda da Covid-19, cidades voltam a endurecer medidas restritivas
Com aumento de casos, cidades do interior de SP adotam medidas duras, com fechamento até de farmácias na luta pela vida
Publicado: 26 Maio, 2021 - 12h11 | Última modificação: 26 Maio, 2021 - 12h31
Escrito por: Redação CUT
Conscientes de que não é o lockdown que mata, derruba a economia e provoca desemprego, como diz o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), e sim o desrespeito às medidas restritivas para proteger a população e a falta de vacinas, não compradas pelo governo federal, prefeitos do interior de São Paulo começam a adotar o confinamento total para tentar reduzir o número de casos e mortes pelo novo coronavírus que voltou a aumentar em várias cidades do país.
A alta de casos e internações pela Covid-19, que confirma o início de uma possível terceira onda da pandemia, como alertaram os especialistas, tem levado prefeitos de várias cidades do Brasil a apertar as medidas restritivas para conter a disseminação do vírus. A esperança para diminuir o contágio é a vacinação que está em marcha lenta por culpa do governo Bolsonaro, que não se planejou para a compra dos imunizantes no ano passado.
Para tentar conter o avanço da tragédia, cidades do interior de São Paulo como Araraquara, Ribeirão Preto, Batatais e Bebedouro decidiram endurecer as medidas de combate a Covid-19 e até farmácias ficarão fechadas pela primeira vez – atendimento só via dlivery. Nessas cidades aumentou o número de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o prefeito decretou fechamento de supermercados e do comércio em geral a partir desta quinta-feira (27). Em Franca terá um lockdown de 15 dias.
Em Araraquara, com alta de novos casos de Covid-19, o prefeito Edinho Silva (PT), baixou um novo decreto com medidas mais restritivas para evitar a aceleração da contaminação na cidade. A medida determina que as atividades econômicas voltarão a fechar caso o número de casos da doença chegue a 30%, entre sintomáticos, por três dias seguidos ou por cinco dias alternados.
As prefeituras alegam saturação do sistema hospitalar devido, também, à circulação de uma nova variante brasileira da Covid-19, considerada ainda mais agressiva.
As medidas contra o aumento de casos da doença estão concentradas no nordeste paulista e já somam mais de uma dezena de cidades em lockdown ou com anúncios de ações mais rígidas que as decretadas pelo governo estadual para o combate à pandemia.
A Região Sul também registra um aumento de casos por Covid-19. O estado do Rio Grande do Sul fechou a terceira semana de maio com um aumento de 17% nos casos de coronavírus, na comparação com os sete dias anteriores.
Entre 17 a 23 de maio, foram reportados 29.955 infectados, superando os 25.594 infectados no período de 10 a 16 deste mês, de acordo com a secretária estadual de Saúde.
No entanto, as mortes relacionadas ao coronavírus seguem diminuindo no Rio Grande do Sul. O estado chegou à nona semana consecutiva de queda no número de mortes por coronavírus.
No Paraná, houve um aumento de fila para leitos hospitalares. Em quinze dias, a fila de espera por um leito aumentou em 128% no estado. No dia 10 de maio, a fila era de 481 pessoas, atingindo 1098 pacientes sem estrutura médica, nesta terça-feira (25).
A taxa de ocupação das UTIs no estado está em 96%. A cidade de Curitiba atingiu 100% de ocupação das 726 enfermarias do SUS exclusivas para a Covid-19. As UTIs estão próximas do limite, com 96% de ocupação e 22 leitos livres.
Além disso, a capital paranaense se aproxima da marca de dez mil casos ativos, com mais 9 mil curitibanos com potencial de transmissão da doença.
Números da pandemia
O Brasil registrou 2.198 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando nesta terça-feira (25) 452.224 óbitos desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.835, a menor desde o dia 14 de março (quando estava em 1.832).
É o 7º dia seguido de estabilidade nessa comparação. Isso significa que, apesar de termos o menor número na média em mais de dois meses, o ritmo tem se assemelhado mais a um platô do que a uma queda na curva.