Escrito por: CUT Sergipe

Contra a privatização e pelos empregos: servidores protestam pelas ruas de Aracaju

O protesto reuniu manifestantes da CUT, UGT, CTB e Conlutas, assistentes sociais, trabalhadores da Deso, médicos, psicólogos, nutricionistas, professores e fisioterapeutas, entre outras categorias

CUT-SE

O dia de luta em defesa do serviço público em Sergipe começou com panfletagem, a partir das 7h da manhã, na porta do Hospital de urgências de Sergipe (HUSE), para informar à população usuária do serviço público de saúde que o governador Fábio Mitidieri está destruindo o serviço público de Sergipe.

A panfletagem também serviu para mobilizar trabalhadores da saúde em defesa dos empregos da Fundação Hospitalar de Saúde na construção do Ato Público Contra a Privatização da Saúde, Água, e Serviço Público.

 

No Centro de Aracaju, em frente ao Palácio Museu Olímpio Campos, o protesto reuniu manifestantes da CUT, UGT, CTB e Conlutas, além de assistentes sociais, trabalhadores da Deso, médicos, psicólogos, nutricionistas, professores, condutores de ambulância, fisioterapeutas, enfermeiros, auditores fiscais, trabalhadores da saúde e servidores públicos em geral.

O presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, alertou para a gravidade do que está acontecendo em Sergipe. "Temos trabalhadores da saúde, da água e do saneamento que estão à beira da privatização. Nossa luta é contra a privatização do serviço público em Sergipe. É uma situação de extrema gravidade. O emprego desses trabalhadores está em risco. São quase 10 mil trabalhadores em situação de extrema instabilidade", afirmou Roberto.

Diante da incerteza referente ao futuro próximo, trabalhadores da saúde estão desesperados. O professor Roberto Silva reforçou a necessidade de união nesta luta e disponibilizou o apoio da CUT Sergipe.

"Caso o Governo crie Organizações Sociais entregando o serviço público para a iniciativa privada. Isto vai gerar graves consequências para a população sergipana. A nossa luta enquanto CUT é de apoio total à luta dos servidores, tanto da saúde quanto da água e do sanemaneto. Hoje temos a luta da saúde e do saneamento. Caso a privatização avance em Sergipe, futuramente será a educação e todos os demais serviços públicos de Sergipe, pois a lei que foi aprovada na Assembleia Legislativa autoriza a privatização de todos os serviços públicos estaduais, o que é grave tanto para o servidor como para a população que vai receber este serviços”, afirmou Roberto Silva.

Dirigente do SINDISAN, Sérgio Passos, explicou que a privatização da água e do saneamento de Sergipe vai prejudicar principalmente a população mais carente de Sergipe.

“A população de pequenas cidades e povoados não vai ter acesso à água, porque a iniciativa privada só visa lucro. No que se refere à prestação de serviços de tratamento e distribuição de água, 90% das cidades de Sergipe são deficitárias, enquanto só 10% das cidades de Sergipe são superavitárias. Temos o subsídio cruzado para viabilizar o acesso a água para todos. Se vier a privatização, fazemos a pergunta ao governador, como vai ficar a grande maioria das cidades de Sergipe que não dão lucro? Como ficarão as pequenas cidades e povoados?" , questionou, citando apenas entre vários problemas de desassistência à população.

Sérgio Passos também falou sobre o desemprego. "A privatização significa: a falta de acesso de água para a população mais carente e aumento das tarifas de água. Em todos os lugares onde foi feita a concessão, as tarifas aumentaram muito. Aqui em Sergipe, mais de 1000 trabalhadores da Deso vão ser demitidos caso haja a privatização, fora os terceirizados, em torno de 3 mil trabalhadores. Serão 4 mil famílias desempregadas em Sergipe. Isso vai levar o nosso estado a uma situação de caos", criticou.

Servidor público do HUSE e dirigente do SINDASSE, Anselmo Menezes revelou que muitos trabalhadores da saúde ainda não entenderam a gravidade das mudanças que estão prestes a acontecer.

"É papel de todos os trabalhadores fortalecer a mobilização para construirmos a resistência. As OSs estão aprovadas com a lei 9298 e vão atingir, de forma ampla e irrestrita, todos os trabalhadores da saúde de Sergipe. Todos seremos prejudicados. A população vai perder muito com isso. É a ausência do estado, é o estado saindo das políticas sociais e entregando tudo nas mãos do setor privado. É o retrocesso de tudo que a gente conquistou do SUS e do SUAS", afirmou Anselmo Menezes.

Novos protestos serão realizados em Sergipe para fortalecer a luta contra a privatização.