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Contra Bolsonaro, rede de supermercados da Suécia boicota produtos brasileiros

O boicote é a segunda manifestação estrangeira contra a política de Bolsonaro de "liberar geral" os agrotóxicos. Em janeiro, a Rússia advertiu o Ministério da Agricultura de que quer menos venenos na soja. Senã

Publicado: 06 Junho, 2019 - 11h21 | Última modificação: 07 Junho, 2019 - 18h06

Escrito por: Cida de Oliveira, da RBA

Reprodução
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A aprovação de 197 “novos” agrotóxicos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) em menos de seis meses já enfrenta reação na Europa. Fundador e presidente da rede de supermercados sueca Paradiset, Johannes Cullberg mandou retirar todos os produtos brasileiros de suas prateleiras e está convocando um boicote geral ao Brasil até que Bolsonaro mude sua política para os agrotóxicos baseada no liberou geral. A informação é da Rede França Internacional (RFI), repercutindo notícia do jornal sueco Dagens Nyheter.

Muitos dos produtos autorizados pelo governo Bolsonaro, aliás, já foram banidos em diversos países justamente pela alta toxicidade, capaz de provocar diversos tipos de câncer, malformações congênitas e outros males à saúde humana e ao meio ambiente.

Rússia já havia alertado

Esta é segunda reação de um país estrangeiro ao sinal verde de Bolsonaro aos agrotóxicos. Em 31 de janeiro, a autoridade sanitária da Federação Russa advertiu o Ministério da Agricultura de que iria parar de comprar soja brasileira caso sejam mantidas as chuvas do herbicida glifosato sobre as lavouras destinadas aos russos.

“É provável que a mensagem de Johannes Cullberg caia inicialmente em ouvidos mocos, já que a rede que ele fundou e comanda é dedicada a produtos orgânicos que normalmente já não comprariam produtos brasileiros produzidos à base de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Entretanto, a sinalização de que Cullberg está propondo um boicote generalizado até que o governo Bolsonaro abandone a sua farra de agrotóxicos não deverá cair em ouvidos tão moucos como os da ministra Tereza Cristina e da bancada ruralista, não apenas na Suécia, mas em outros países europeus onde os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos são bem bem menos tolerantes do que aqueles utilizados no Brasil”, escreveu em seu blog o professor e pesquisador Marcos Pedlowski, que estuda este e outros temas ambientais na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).